Num lançamento que volta a colocar os gigantes norte-americanos na linha da frente do metal contemporâneo, os LAMB OF GOD apresentam um tema que disseca a relação tóxica entre tecnologia, idolatria e consumo digital desenfreado.

O regresso de LAMB OF GOD às edições em 2025 não abranda nem um segundo: a banda de Richmond divulgou o novo single «Parasocial Christ», um ataque fulminante de três minutos que reforça a ligação criativa contínua com o produtor Josh Wilbur. A faixa surge como sucessora de «Sepsis», editada no início de Outubro e dominou as tabelas de metal nos Estados Unidos durante duas semanas consecutivas, reafirmando a vitalidade e a relevância do cocletivo numa fase particularmente prolífica.

A acompanhar o lançamento, os LAMB OF GOD revelaram também um vídeo sombrio, realizado por Jon Vulpine, cuja estética inquietante espelha a violência contida no tema. O realizador retrata a espiral de loucura de um homem consumido pelo ruído digital — uma metáfora visual que amplifica o comentário social subjacente à canção.

No centro de «Parasocial Christ» está mais uma reflexão de Randy Blythe sobre a era digital e o modo como molda comportamentos. Num comunicado divulgado pelos LAMB OF GOD, o vocalista sublinha: “A Era da Informação deu origem à economia da atenção, uma indústria de centenas de milhares de milhões de dólares que vive de manter olhos colados aos ecrãs, gerando receitas de publicidade.

Cada segundo passado a clicar e a fazer scroll pelos detalhes triviais e/ou sórdidos da vida de outras pessoas — celebridades, políticos, influenciadores, gente que provavelmente nunca irão conhecer — é mais um dólar no bolso de algum tech bro obscenamente rico. Vocês são um produto, e estão a ser vendidos num mercado do qual não têm qualquer parte.

A ironia de estarem a ler isto numa plataforma de redes sociais ou num agregador de notícias musicais não me escapa; ainda assim, espero que esta música vos faça pensar para onde e para quem dirigem a vossa atenção. Foda-se o clickbait, larguem o telemóvel, vão viver a vossa vida — ela está à vossa espera no que resta do mundo real.” A crítica mordaz de Blythe ao consumo passivo de conteúdos digitais ecoa num ano em que a banda norte-americana tem refletido repetidamente sobre o seu lugar numa indústria em constante mutação. Ao mesmo tempo, a energia de «Parasocial Christ» mantém 100% intacta a agressão rítmica que tornou os LAMB OF GOD num dos nomes mais influentes do metal moderno.

O lançamento do novo single coincide com outro anúncio de peso: uma digressão norte-americana em 2026, produzida pela Live Nation e com início a 17 de Março, em Maryland. A tour vai atravessar cidades como Toronto, Portland, Albuquerque, Nashville e Buffalo, encerrando no dia 26 de Abril em Boston. O alinhamento contará ainda com os KUBLAI KHAN TX, FIT FOR AN AUTOPSY e SANGUISUGABOGG como bandas de suporte, reforçando a aposta dos LAMB OF GOD em promoverem uma frente unida da música extrema contemporânea.

Este período hiperativo segue-se ao impacto de «Sepsis», o primeiro tema original da banda desde o álbum «Omens», de 2022. Produzida igualmente por Wilbur, a faixa presta homenagem ao underground de Richmond e às bandas com quem LAMB OF GOD partilharam palcos nos primórdios da carreira. Aliás, um vídeo-clip ao vivo divulgado no final de Outubro — captado no festival Aftershock — ilustra bem a recepção explosiva ao tema e o lugar especial que encontrou no repertório recente do quinteto.

O ano de 2025 tem sido particularmente marcante para os LAMB OF GOD, que comemoraram o 25.º aniversário de carreira com no Back To The Beginning, uma celebração da carreira de OZZY OSBOURNE e dos BLACK SABBATH. A banda aproveitou a ocasião para divulgar também a sua poderosa versão de «Children Of The Grave», clássico dos BLACK SABBATH, além de ter passado por vários festivais de grande dimensão — entre eles o Inkcarceration e o Louder Than Life — e de ter protagonizado um concerto em nome próprio no recém-inaugurado Allianz Amphitheater, em Richmond, com capacidade para 7500 pessoas.

Activos desde 1994, os LAMB OF GOD — formados por Randy Blythe na voz, John Campbell no baixo, Mark Morton e Willie Adler nas guitarras e Art Cruz na bateria — construíram uma das carreiras mais sólidas e influentes do metal do século XXI. Com nove álbuns aclamados, mais de três milhões de discos vendidos, cinco nomeações para os Grammy e mais de mil milhões de streams acumulados, o grupo de Richmond continua a pautar o género com uma identidade sonora feroz e inconfundível.

O seu álbum mais recente, «Omens», editado em 2022, tornou-se o sexto álbum consecutivo do grupo a entrar no Top 15 da Billboard 200, com a imprensa especializada a reconhecer a intensidade implacável da banda; a Kerrang! descreveu-o como um disco “pesado, violento e irritado como sempre”, enquanto a Consequence notou tratar-se de um álbum “capaz de reduzir o ouvinte a pedaços niilistas”.

Com «Parasocial Christ», os norte-americanos LAMB OF GOD reafirmam o papel que ocupam na paisagem do metal contemporâneo: incisiva, ruidosa e sempre disposta a confrontar os excessos da sociedade moderna. Um novo capítulo que promete ganhar ainda mais força quando a digressão de 2026 arrancar — e que confirma, uma vez mais, que estes veteranos continuam a ditar o ritmo de um género que ajudaram a modernizar.