Nos próximos meses, tanto os fãs como o próprio grupo terão a oportunidade de refletir e de descobrir o que o futuro reserva para os KVELERTAK, uma das bandas mais audaciosas saídas da cena musical norueguesa nas últimas décadas.
Sem que nada o fizesse prever, os noruegueses KVELERTAK surpreenderam a sua base de fãs ao anunciar a saída de Bjarte Lund Rolland, guitarrista de longa data e membro fundador da banda de black’n’roll. A notícia foi divulgada pelo próprio grupo nas suas redes sociais, exactamente no dia em que deram início a uma extensa digressão pela Europa. Numa mensagem aberta e sincera, os restantes membros explicam o afastamento de Rolland, que optou por não participar na Krøterveg Te Helvete Tour.
“O guitarrista Bjarte Lund Rolland decidiu abandonar os Kvelertak e, portanto, não se juntará a nós nesta digressão. Após cinco álbuns e inúmeros concertos ao redor do mundo, o Bjarte e os Kvelertak vão seguir caminhos separados“, escrevem os músicos, agradecendo-lhe o contributo incalculável ao longo de uma carreira cheia de sucessos e conquistas. Rolland, reconhecido pelo talento e estilo que ajudou a definir o som e a identidade dos KVELERTAK, foi uma presença constante no grupo, desde os primeiros dias até «Endling», o mais recente álbum do grupo, lançado em 2023.
“O talento, os riffs, as canções e a personalidade do Bjarte em palco foram uma parte central no processo de colocar os Kvelertak no mapa mundial da música pesada. Agradecemos-lhe profundamente os cinco álbuns e os muitos anos passados na estrada”, acrescentam os ex-companheiros, informando que a digressão em curso irá decorrer conforme planeado, mas ressaltando a ideia de que estes espectáculos representam “a última oportunidade de ver os Kvelertak ao vivo em breve”.
Esta despedida temporária poderá representar um período de reavaliação para o grupo, que se mantém grato pelo apoio dos fãs e motivado para os encontros que se avizinham, mas que não avança grandes pistas relativamente ao futuro. Uma coisa é certa, no entanto: mesmo que esta saída seja muito menos dramática do que a desintegração dos As I Lay Dying, ainda assim, representa uma perda significativa para os inimitáveis KVELERTAK, reconhecidos por combinarem o som do black metal com uma energia punk rock e uma capacidade criativa que lhes garantiu uma audiência global.
Desde 2007 que os noruegueses KVELERTAK andam por aí a combinar a ferocidade do metal extremo com ganchos clássicos do rock e, como é natural, não só gozam de grande popularidade no seu país natal como têm uma excelente reputação entre os apreciadores de riffs doentios um pouco por todo o mundo.
Formados em Stavander ao longo da sua primeira década de existência, os músicos construiram uma reputação de respeito ao vivo e assinaram três álbuns aplaudidos de forma unânime – «Kvelertak», «Meir» e «Nattesferd». Com a sua mistura de rock, punk e black metal, algo ao jeito de uns Turbonegro a fazerem versões dos Darkthrone na sala de ensaios dos Refused, são garantia de atuações explosivas, alicerçadas em melodias antémicas para entoar em uníssono.
Em 2018, os KVELERTAK sofreram aquele que, até ali, tinha sido o maior revés da sua carreira, com cantor de longa data Erlend Hjelvik a decidir abandonar a banda para se aventurar numa carreira em nome próprio. No entanto, apostados em seguir caminho, os músicos chamaram Ivar Nikolaisen para o lugar deixado vago atrás do microfone, não perderam o ritmo e, com o lançamento de «Splid», mostraram ter saído ilesos da contenda.