KREATOR

KREATOR: 33 anos de «Coma Of Souls»

Comemora hoje o 33.º aniversário e há até quem diga que é o último álbum de puro thrash que os KREATOR gravaram.

Lançado originalmente a 6 de Novembro de 1990, numa parceria entre a Noise e a Epic Records, o quinto álbum dos dos thrashers KREATOR foi editado há exactamente 33 anos. O sucessor do muito aplaudido «Extreme Agression», que tinha sido lançado apenas um ano antes, foi gravado nos Eldorado e Image Studios, em Los Angeles, na Califórnia, com Randy Burns, que já tinha produzido também o álbum anterior, a “comandar as tropas”.

Pois bem, se o disco de 1989 já tinha catapultado a banda liderada por Mille Petrozza para a primeira divisão do thrash à escala global, este veio solidificar a sua posição, aperfeiçoando ainda mais a visão impiedosa do thrash que os tornou famosos. Contando com aquela que, ainda hoje, continua a ser vista como a formação “clássica” do grupo — Petrozza na voz e guitarra, Frank “Blackfire” Gosdzik na guitarra, Jürgen “Ventor” Reil na bateria e Rob Fioretti no baixo –, os músicos uniram forças para gravar um disco feroz e brutal, adornada por uma excelente e icónica ilustração de Andreas Marshall na capa.

Embora a produção não esteja ao mesmo nível do que bandas como os METALLICA já andavam a fazer nesta altura, trinta anos depois, o «Coma Of Souls» continua a soar tão urgente como na altura em que foi editado. A força de temas como «People Of The Lie», «Terror Zone» ou «Material World Paranoia» é inegável, naquilo que é uma descarga de thrash inadulterado, numa altura em que o nervo do género se começava a diluir.

Os próprios KREATOR estavam, sabemos agora, prestes a operar uma mudança profunda na sua personalidade criativa, quiçá porque soubessem que, provavelmente, não conseguiriam superar a força sempre em crescendo que pautou os seus primeiros cinco registos de estúdio.

O primeiro lançamento dos KREATOR com “Blackfire” (um ex-SODOM) na guitarra foi, curiosamente, o último álbum puramente thrash que gravaram antes de, sem que nada o fizesse prever na altura, começarem a experimentar e a incorporar influências de outros géneros musicais na sua descarga teutónica. Com a transformação sofrida em discos como «Renewal», «Oucast» ou «Endorama», o «Coma Of Souls» continua a ser um álbum especial também por encerrar um capítulo da história da banda.