KORN

KORN: 30 anos de «Korn»

A 11 de Outubro, mas em 1994, os KORN davam o trio de partida para a explosão nu-metal.

Hoje, três décadas depois, é inegável que o nu-metal foi responsável pelo regresso da música alternativa mais pesada ao zeitgeist mainstream pela primeira vez em muito tempo. No entanto, também não é segredo que a maioria das pessoas que assistiram à explosão da tendência parecem concordar que o estilo, ancorado na latente combinação de angústia superficial e arrogância forçada, acabou por não envelhecer tão bem quanto seria desejável.

Dúvidas restassem, basta olhar para a maioria dos grupos que, apesar de terem conseguido sobreviver à erosão dos anos, hoje só podem sonhar com o estatuto comercial de que gozaram outrora. Viajemos no tempo, duas décadas no passado, directamente de volta a 2000 — altura em que, em termos de música pesada fora do underground, o nu-metal dominava as preferências de uma geração apostada em usar roupa tão larga quanto possível e bonés de basebol vermelhos ao contrário.

Recordemos uma época em que as guitarras de afinação bem grave deixaram de ser um exclusivo apenas da música extrema, em que a raiva e a angústia do grunge se massificaram, como se “aquela” dor tivesse sido socialmente aceite como uma estranha forma de entretenimento. Após alguns anos de incubação, a nova coqueluche da música feita com guitarras começava a aproximar-se perigosamente do pico.

Lançado originalmente a 11 de Outubro 1994 pela Immortal/Epic Records, o álbum de estreia dos KORN foi editado há exactamente 29 anos e foi um dos grandes responsáveis pelo boom do género. O disco foi produzido por Ross Robinson, nos famosos estúdios Indigo Ranch, em Malibu, na Califórnia, durante o mês de entre Maio e Junho de 1994. Considerado, tanto pelo público como pela crítica como um dos mais impactantes e cruciais lançamentos para o aparecimento do nu-metal.

Por esta altura, a estreia homónima dos KORN já vendeu mais de 4 milhões de cópias só nos Estados Unidos e mais de 10 milhões de cópias em todo o mundo. Mesmo com pouca publicidade ou exposição na rádio e na MTV, a banda estabeleceu-se desde cedo como um nome a ter em conta e, como todos os sucessos inesperados, é mais fácil entender a popularidade que atingiram em retrospectiva.

Na vanguarda do metal alternativo pós-grunge, o quinteto de Bakersfield transformou todas as suas referências — JANE’S ADDICTION, RAGE AGAINST THE MACHINE, PANTERA, HELMET, FAITH NO MORE, ANTHRAX, N.W.A. e PUBLIC ENEMY — num híbrido de metal/rap ultra-agressivo movido a testosterona, que teve forte impacto na juventude rebelde da época.

Liricamente, Jonathan Davis acompanha o ataque implacável dos seus companheiros, assinando algumas letras bem violentas e sombias. Os temas lidam com casos de abuso infantil, abuso de drogas e bullying — a capa do disco de estreia dos KORN mostra uma jovem a ser abordada por um homem que está a segurar aquilo que parece ser um objecto cortante. Além disso, na sombra, a garota parece estar a ser enforcada devido à posição do logótipo da banda. A fotografia foi tirada por Stephen Stickler, e o design ficou a cargo de Jay Papke e Dante Ariola.