KISS

KISS: Paul Stanley e Gene Simmons “devastados” com a morte de Ace Frehley

Os fundadores dos KISS despedem-se do guitarrista que definiu o som e o espírito da banda.

A súbita morte de Ace Frehley deixou em luto a comunidade do rock e, em particular, os seus antigos companheiros dos KISS. O lendário guitarrista, conhecido como “Spaceman”, morreu aos 74 anos, na passada quinta-feira, 16 de Outubro, após sofrer uma hemorragia cerebral resultante de uma queda no seu estúdio. A notícia abalou profundamente Paul Stanley e Gene Simmons, que partilharam declarações emocionadas sobre o homem que ajudou a moldar o ADN de uma das maiores bandas da história do rock.

Num comunicado conjunto, os timoneiros dos KISS escreveram: “Estamos devastados com a morte do Ace Frehley. Ele foi um soldado do rock essencial e insubstituível durante alguns dos capítulos mais formativos e fundamentais da banda e da sua história. É e será sempre parte do legado dos KISS. Os nossos pensamentos estão com a Jeanette, a Monique e todos aqueles que o amaram, incluindo os nossos fãs em todo o mundo.”

Separadamente, Gene Simmons, baixista e vocalista dos KISS, recorreu às redes sociais para expressar a sua dor: “Os nossos corações estão partidos. O Ace partiu. Ninguém pode tocar o legado deo Ace. Sei que ele amava os fãs. Disse-mo muitas vezes. Mais triste ainda é o facto do Ace não ter vivido o suficiente para ser homenageado no evento Kennedy Center Honors em Dezembro. O Ace foi o eterno soldado do rock. Que o seu legado viva para sempre!”

Embora a relação entre Frehley e os restantes membros dos KISS tenha sido marcada por altos e baixos desde a sua saída definitiva da banda em 2002, o respeito mútuo e a consciência da importância de Ace na história do grupo nunca desapareceram. Verdade seja dita, o guitarrista foi coautor de alguns dos riffs e solos mais emblemáticos do quarteto nova-iorquino e responsável por dar corpo à mítica personagem espacial que encantou milhões de fãs em todo o mundo.

Em várias entrevistas ao longo dos anos, Paul Stanley, o seu parceiro nas seis cordas, sempre reconheceu o impacto do guitarrista na sonoridade e na identidade visual dos KISS. Sim, Frehley não era apenas um músico talentoso: era um símbolo de irreverência e criatividade, cuja presença no palco se confundia com a essência teatral que sempre caracterizou a banda. A sua forma de tocar única, carregada de groove e de distorção melódica, influenciou gerações inteiras de guitarristas de hard rock e heavy metal.

A morte de Ace Frehley encerra assim um dos capítulos mais significativos da história dos KISS. Desde a formação do grupo, em 1973, ao lado de Stanley, Simmons e do baterista Peter Criss, Ace foi uma parte integrante daquilo que viria a tornar-se um fenómeno cultural global. Canções como «Shock Me», «Cold Gin», «Rocket Ride» ou «Strange Ways» tornaram-se clássicos — não só pela sua energia, mas também pela assinatura sonora inconfundível de Frehley.

Nas redes sociais, as homenagens multiplicam-se. O baterista original dos KISS, Peter Criss, escreveu num breve e sentido tributo: “Estou em choque!!! Meu amigo… amo-te!”Tom Morello, guitarrista dos RAGE AGAINST THE MACHINE, partilhou: “O Ace foi um dos grandes. O primeiro herói de guitarra de muitos de nós. O seu som era como um raio vindo do espaço.” Mike McCready, dos Pearl Jam, acrescentou: “Foi por causa do Ace Frehley que quis tocar guitarra. Obrigado por tudo.”

Durante as últimas horas, a perda de Frehley tem sido sentida tanto por músicos como peos seus fãs. O “Spaceman” foi mais do que um personagem, foi o arquétipo do guitarrista rebelde, de sorriso tímido, mas presença magnética. O seu álbum a solo de 1978, «Ace Frehley», lançado em simultâneo com os discos individuais dos restantes membros dos KISS, é amplamente considerado o melhor dos quatro — uma prova do seu génio singular.

Com a sua partida, desaparece uma das figuras mais carismáticas e influentes do rock norte-americano. Ace Frehley deixa um legado imenso — não apenas de canções e concertos, mas de atitude, inovação e autenticidade. Como escreveu Simmons, “O Ace foi o eterno soldado do rock.” E, de facto, a sua guitarra continuará a ecoar nos corações dos fãs, como se ainda orbitasse, lá no espaço, à procura de uma última nota.