Muitos parabéns, Sr. KIRK HAMMETT. Nascido a 18 de Novembro de 1962, o guitarrista dos METALLICA celebra hoje o seu 62.º aniversário.
À excepção do «St. Anger», em que a banda decidiu adoptar uma abordagem sem floreados, os solos de guitarra sempre foram uma parte muito importante da música dos METALLICA. Da «Master Of Puppets» à «One», passando pela «Fade To Black» (ou, na verdade, qualquer outro tema dos quatro primeiro álbuns), há noodling metaleiro de sobra no fundo de catálogo da banda de São Francisco.
No entanto, com tanto material por onde escolher, qual será que foi o solo que deu a KIRK HAMMETT mais gozo gravar? Em entrevista à revista britânica Kerrang!, o mestre das seis cordas dos METALLICA apresentou a sua resposta.
“Estava a pensar no solo da «The Unforgiven»“, disse KIRK HAMMETT. “Lembro-me de aparecer no estúdio naquela manhã, a pensar que ia tocar todos aqueles licks e o Bob Rock disse: ‘Isso é uma grande merda!’, por isso foi uma das primeiras vezes em que lhe pedi para se limitar a carregar no botão para gravar e o solo fluiu. Agora, prefiro gravar todos os meus solos assim porque gosto da espontaneidade; foi assim que esse solo foi criado.” Um solo destes? Ao primeiro take? É obra, meus senhores.
Numa entrevista à revista britânica Uncut, Lars Ulrich e Kirk Hammett, baterista e guitarrista dos METALLICA, recordaram o processo de criação do seu álbum auto-intitulado (e multi-platina) de 1991. Mais conhecido como «The Black Album», o disco foi editado a 12 de Agosto de 1991, e reúne algumas das canções mais antémicas gravadas pela banda, numa manobra que lhes permitiu fazerem a passagem de um público 100% metal, para um apelo muito mais abrangente, muito mais próximo do rock.
Embora os músicos tenham conseguido os primeiros airplays na rádio e na televisão com o disco anterior, «… And Justice For All», de 1988, foi com “o álbum preto” que materializaram o seu maior avanço comercial até então, apoiado em cinco singles de enorme sucesso que os transformaram numa das bandas de rock mais populares no mundo.
“Quando terminámos o «… And Justice For All» e a digressão de dois anos subsequente, percebemos que não havia como seguir nesse caminho”, disse Lars Ulrich à Uncut. “Íamos bater contra uma parede. A última canção desse álbum chama-se «Dyers Eve» e tem seis ou sete minutos da coisa mais louca e progressiva que os Metallica são capazes de fazer. Depois de tocarmos todos aqueles temas na estrada por uns anos, dissemos que tínhamos de pensar num reset.”
Kirk Hammett acrescentou: “Não foi fácil de fazer, porque queríamos um certo som para aquele álbum. Queríamos que tudo fosse o melhor possível, em termos de som, música e desempenho, e foi o que fizemos. Provavelmente serei a primeira pessoa a mencionar isto, mas nós queríamos fazer um «Back In Black», um álbum cheio de singles. Esse era o conceito, fazer músicas que soassem como singles, mas não são.”
Lars continua: “Sentámo-nos e pensámos nos MISFITS, nos AC/DC e nos THE [ROLLING] STONES. Pensámos na arte de simplificar e escrever músicas mais curtas. É mais difícil escrever uma música curta do que uma música longa, é mais difícil ser sucinto. O novo desafio era escrever canções mais curtas. Ter um pouco mais de balanço, para tornar a música mais física do que cerebral.”
O álbum foi a primeira de quatro colaborações com o produtor Bob Rock, com quem a banda colidiu ao longo da gravação do disco. “O Bob Rock tinha trabalhado recentemente com os THE CULT, os MÖTLEY CRÜE e os BON JOVI, por isso tinha uma abordagem diferente aos sons,” recordou Ulrich. “E, claro, nós queríamos que os nossos discos fossem um pouco maiores e mais impactantes. A boa notícia é que o Bob era muito encorajador, no sentido de expandirmos os nossos processos. A má notícia é que nós não estávamos muito abertos a que alguém nos dissesse o que devíamos fazer“.