HELLOWEEN

Os JINJER transformaram-se num caso raro de sucesso durante a última década, mas, em conversa com a LOUD!, a vocalista do grupo confessou continuar a sentir-se “assoberbada” com a atenção que, tanto ela como a banda, têm recebido nos últimos anos.

Se fizermos as contas a todas as bandas que, mensalmente, são formadas em cidades e países ocidentais em que se leva um dia-a-dia relativamente fácil, não há outra forma de descrever os JINJER senão como uma imensa força da natureza. Criados numa Ucrânia devastada pela guerra e sem tradição no que à música pesada diz respeito, o quarteto liderado pela carismática Tatiana Shmailyuk passou a última década a vencer e a refutar as probabilidades.

«Inhale, Don’t Breathe», o registo de estreia dos JINJER, editado em 2012, deixou desde logo uma marca indelével no metal contemporâneo com uma mistura muito promissora de peso técnico e orelhudo. Após serem oficialmente declarados a melhor banda de metal do país pela editora local ІnshaMuzyka, viram-se catapultados para os holofotes internacionais com «Cloud Factory» e, sobretudo, «King Of Everything», de 2014 e 2016, respectivamente.

Desde então, os músicos atiraram-se de cabeça a um rigoroso esquema de tours e transformaram-se num caso raro de sucesso, coroado pelo lançamento dos muito aplaudidos «Macro», «Wallflowers» e «Duél». No entanto, em conversa com a LOUD!, a vocalista dos JINJER confessou que continua a sentir-se “assoberbada” com a atenção que, tanto ela como a banda, têm recebido nos últimos anos. “Por um lado, acho que é uma coisa natural”, começou por nos explicar a Tatiana.

Acho que acaba por ser um reflexo do nosso esquema de trabalho, porque tem sido esse esforço que nos tem permitido crescer, evoluir e chegar a um público mais vasto. Se fossemos preguiçosos, se quiséssemos viver apenas de likes e de visualizações no YouTube, se não andássemos constantemente em tours, tenho a certeza que nunca teríamos conseguido chegar onde chegámos.

Por esta altura, a banda já existe há mais de uma década e as coisas não aconteceram de um dia para o outro; crescemos passo a passo, de uma forma orgânica e sustentada. Portanto, nesse sentido, não me surpreende, porque considero que a atenção que recebemos é proporcional a tudo o que temos investido na nossa carreira.

Por outro lado, acho que nunca vou deixar de sentir-se assoberbada quando penso em tudo aquilo que já conseguimos conquistar durante esta última década, sobretudo tendo em conta que somos oriundos da Ucrânia, que é um país em que não há tradição absolutamente nenhuma em termos de exportação musical. Para nós é importante mantermo-nos humildes, nunca damos nada como garantido”.

«Duél», o mais recente álbum dos JINJER, foi editado no passado dia 7 de Fevereiro e marcou o primeiro registo de estúdio do quarteto desde o muito aplaudido «Wallflowers», de 2021. No ano seguinte, numa entrevista à Bloodstock TV, Shmayluk explicou como a invasão russa da Ucrânia atrasou todo o processo criativo da banda. “É fácil para mim escrever sobre guerra quando não está a acontecer à minha volta”, disse ela. “Quando isto começou, fiquei absolutamente devastada e paralisada criativamente. Não consigo escrever sobre isto. Aliás, ainda não consigo processar o que está a acontecer.

Recorde-se que os JINJER lançaram o seu primeiro DVD/Blu-ray oficial ao vivo, «Live In Los Angeles», no dia 17 de Maiode 2024, através da Napalm Records. Gravado e filmado no dia 22 de Dezembro de 2022 no icónico The Wiltern, em Los Angeles, nos Estados Unidos, este lançamento celebrou não apenas todo o processo de superação destes últimos tempos, mas também os primeiros 15 anos de carreira do grupo liderado pela intrépida Tatiana Shmayluk.