Dos becos de East London ao delírio em Lisboa: no passado Domingo, os IRON MAIDEN assinaram uma noite histórica de heavy metal puro.
Cinquenta anos após a sua formação, os IRON MAIDEN continuam a dominar palcos e multidões como poucos. No passado Domingo, a MEO Arena, em Lisboa, foi palco de um concerto memorável inserido na digressão Run For Your Lives 2025/2026, uma celebração não só das cinco décadas de carreira das lendas britânicas, mas também do seu legado mais cru e intemporal, que deu origem a muitas das canções mais marcantes da história do heavy metal.
Perante uma arena totalmente esgotada, com milhares de fãs de várias gerações, a banda liderada por Bruce Dickinson ofereceu um alinhamento especialmente curado para os devotos da era clássica, com especial destaque para os álbuns lançados entre «Iron Maiden», de 1980 e «Fear Of The Dark», de 1992. O espectáculo abriu com a introdução instrumental «The Ides of March», imediatamente seguida de um ataque relâmpago com «Murders In The Rue Morgue» e «Wrathchild», retirados de «Killers», de 1981, com Steve Harris em modo possesso no baixo e Janick Gers, Adrian Smith e Dave Murray a repartirem os solos com precisão assassina.
Bruce Dickinson, enérgico e teatral como sempre, fez questão de lembrar ao público o significado desta digressão: “Estes 50 anos não são só sobre nós — são sobre vocês, os fãs, que estiveram connosco desde o primeiro momento. Obrigado, Portugal!”, disse a meio da noite, antes de lançar uma vibrante versão de «The Number of the Beast», entoada em uníssono pela arena inteira.
A viagem no tempo prosseguiu com a mística de «The Clairvoyant», a grandiosidade de «Powerslave», a urgência de «Two Minutes To Midnight» e a épica, e muito aplaudida, «Rime of the Ancient Mariner», que voltou ao alinhamento com toda a sua teatralidade e dinâmica narrativa. Emocionalmente carregada, «Seventh Son Of A Seventh Son» confirmou-se como um dos momentos mais hipnóticos da noite, com o cenário a evocar os ambientes gélidos e místicos do álbum de 1988.
No entanto, foi na recta final que se deu a explosão definitiva: «The Trooper», com Bruce empunhando a Union Jack e também a bandeira nacional; «Hallowed Be Thy Name», com o seu crescendo épico; e «Iron Maiden», com a figura de Eddie, mascote da banda, a surgir em palco para delírio geral. Já no encore, o ataque de «Aces High», a cantoria colectivo de «Fear Of The Dark» e a catarse nostálgica de «Wasted Years» selaram uma noite absolutamente triunfal.
Este concerto em Lisboa, do qual podes ver alguns vídeos captados pelos fãs na plateia em baixo, surge num momento simbólico: meio século após o nascimento da banda em 1975, os IRON MAIDEN ainda são uma força imparável, tanto em palco como fora dele. As comemorações dos 50 anos incluem ainda um documentário oficial — que chegará aos cinemas lá para o final do ano — e um livro comemorativo, com chancela da Thames & Hudson, reunindo fotografias raras, arquivos históricos e testemunhos dos protagonistas. Ambos os projetos terão mais detalhes revelados em breve no site oficial ironmaiden.com.
