Continua a saga dos lugares sentados, porque sim, e é necessário aceitar, porque os locais precisam de reabrir, as bandas necessitam de tocar e está tudo parado. Viajar de Lisboa ao Porto, ou vice-versa, fica caro, mesmo que em Coimbra se apanhe uma banda amiga para fazer a primeira parte. Foi isso que aconteceu com os INHUMAN ARCHITECTS, que saíram da capital e, entre Coimbra e Aveiro, apanharam os AKROASIS, formando assim um dos primeiros cartazes nocturnos nesta reabertura do Metalpoint, no Porto. Uma sala em que as cadeiras apenas serviam para colocar casacos, mas hoje assumem outro protagonismo. Quando um grupo tem um baixista que usa mais cordas que os guitarristas, algo irá acontecer, bom ou mau. No caso dos AKROASIS, foi bom. Hugo Sobral pode impressionar com toda aquela madeira no pequeno palco da sala portuense, mas JP e João Graça conseguem ser exímios o suficiente para não ficar atrás. O quinteto apresentou o seu trabalho de 2020, «Amok», e surpreendeu pela positiva uma sala em que, inicialmente, a média de idades até era baixa. Algures no death metal, com um pé no prog e outro no tech death, mas com solos de guitarra que não se envergonham de ir a influências mais remotas. Bom concerto.
Alinhamento AKROASIS: «In(sanity)», «Faceless», «Nostalgia», «Narcissus», «Meng-âmok», «Entheos», «Ignis», «Hypoxia», «Mortem…»
O público jovem, esperava pelos INHUMAN ARCHITECTS, que vinham apresentar «Paradoxus», um disco bem interessante, no campo do deathcore. Primeiro concerto com o novo guitarrista Nelson Miguel e, desde logo, se notou. Sentiu-se que faltou unidade no colectivo e, em «Defying The Gods», houve mesmo um momento em que se sentiu estarem perdidos. Mesmo assim, a banda teve o profissionalismo de não parar e continuar o concerto, num crescendo em que a presença de convidados ajudou a impulsionar o ritmo. Primeiro José Sousa, dos GRUNT, em «Astra Natus Est», depois Ricardo Guimarães em «The Great Deceiver». Por altura de «Vortex» já a festa estava instalada e eram muitos que estavam de pé, em frente do palco. Um caso claro de concerto inferior ao disco, mas que agradou ao público e que certamente saiu prejudicado pela mudança de formação e falta de concertos da época. Pena não se poder repetir, à semelhança de outras datas esgotadas na sala do Stop.