HYPOCRISY

HYPOCRISY @ MILAGRE METALEIRO OPEN AIR | 24.08.2025 [reportagem]

Os HYPOCRISY fecharam o Milagre Metaleiro 2025 em grande. O último dia do festival de Pindelo dos Milagres foi marcado pelo peso nórdico e uma celebração memorável do death metal sueco.

O derradeiro dia da edição de 2025 do Milagre Metaleiro Open Air foi dominado pelo contingente nórdico que se fez ouvir bem alto em Pindelo dos Milagres. Antes da chegada do cabeça de cartaz, os suecos HYPOCRISY, o alinhamento apresentou uma diversidade de propostas que mostraram a vitalidade do festival e a sua capacidade de reunir sonoridades distintas dentro do universo metálico.

Os anfitriões nacionais marcaram presença desde cedo com RUTTENSKALLE, AFFAIRE e LIVING TALES, todos a deixarem a sua assinatura no último capítulo do evento. Já no campo internacional, o palco secundário acolheu estreias muito aguardadas: os dinamarqueses MANTICORA e MERCENARY, que, mesmo perante algumas limitações técnicas ao nível do som, conquistaram a assistência pela entrega e energia em palco.

No regresso a Portugal, os alemães BRAINSTORM ofereceram mais um espectáculo consistente de heavy/power metal, enquanto no palco principal os suecos ART NATION se estrearam em território nacional com um concerto de hard rock melódico vibrante. O mesmo aconteceu com os veteranos THYRFING, que, ao fim de três décadas de carreira, finalmente pisaram solo português, deixando uma actuação memorável de metal extremo inspirado na tradição viking, recebida com entusiasmo por um público que os aguardava há muito.

No entanto, a verdadeira enchente estava guardada para o fecho da noite com os lendários HYPOCRISY, liderados pelo incontornável Peter Tägtgren. A actuação dos músicos suecos percorreu várias fases da sua discografia, começando com «End Of Disclosure», logo seguida da viagem às origens com «Left To Rot», retirada do histórico álbum de estreia «Penetralia». A produção de luz e som esteve à altura da responsabilidade de encerrar o festival, transformando o recinto num mar de cabeças em movimento e corpos em crowd surf constante.

Entre os pontos altos da noite destacou-se a intensidade de «Inferior Devoties», assim como a mais recente «Chemical Whore», a única representação do último disco, «Worship». O público rendeu-se igualmente a momentos marcantes como «Fire In The Sky», «Let The Knife Do the Talking» e «Eraser», todos recebidos em uníssono por milhares de vozes. Já perto do fim, os suecos não deixaram de lado clássicos absolutos como «Adjusting The Sun» e «The Final Chapter», preparando terreno para um final épico.

O encore trouxe a inevitável «Roswell 47», talvez o maior hino dos HYPOCRISY, elevada a outro patamar pela participação especial de Andrey Smirnov, guitarrista de DIRKSCHNEIDER, que partilhou guitarra e voz com Tägtgren. Um momento único que ficará gravado na história do festival como um fecho à altura do estatuto de cabeça de cartaz.

Apesar da descarga brutal dos suecos, a noite não terminou ali. Os polacos PATRIARKH assumiram a responsabilidade de encerrarem oficialmente o festival e conseguiram manter boa parte da assistência no recinto, prolongando a celebração até às últimas horas e confirmando que o espírito do Milagre Metaleiro continua inabalável.