Muito bem acompanhados pelos búlgaros SEVI, os lendários HARDLINE assinaram uma grande noite de hard rock no Casino Estoril.

No passado Sábado, dia 15 de Março de 2025, o Salão Preto e Prata do Casino Estoril foi palco de mais uma noite de hard rock que ficará para a história, com actuações dos HARDLINE e SEVI. Estes últimos, originários da Bulgária, têm vindo a ganhar notoriedade no panorama rock europeu desde a sua formação e, liderados pela vocalista Svetlana Bliznakova, já consolidaram o seu lugar na cena graças a temas como «Am I Alive?» e «World That Doesn’t Fit», que acanou por ser nomeado para um Grammy na categoria de Melhor Performance de Música Alternativa em 2024.

No entanto, foi ao som de «Ghosts» que a banda subiu ao palco e, desde logo, tornou-se óbvio que iriamos assistir a um concerto bem interessante por parte da banda búlgara. Chegados a «Follow Me», já o público estava rendido à energia cativante da banda. Para além da vocalista Svetlana, a banda é composta pelo baixista Rally Velinov, o marido de Svetlana, e ainda pelos novos elementos Nick Nikolaev na bateria e Ivo Galabov na guitarra, todos eles músicos de excelência.

«Am I Alive?» foi obviamente um dos muitos grandes momentos da noite vivida na catedral do hard rock. A actuação acabou por ser mais longa do que esperado, mas tendo em conta os 15 anos que a banda celebra e os grandes temas que têm no seu repertório, acabou por fazer sentido a hora e dez minutos que estiveram em palco. O encore começou com «To Hell And Back», seguido de «Speed Up» e da excelente «World That Doesn«t Fit». Já a entrar na recta final, Johnny Gioeli juntou-se a Svetlana e à banda para duetos em «Jaded» e «Kill A Man», numa actuação que se revelou uma excelente surpresa.

De seguida, subiram ao palco os muito aguardados (agora italo-americanos) HARDLINE, liderados como sempre pelo icónico vocalista Johnny Gioeli, para mais uma data da sua Hands Of Time Tour 2025. Formada no início dos anos de 1990, a banda norte-americana rapidamente se destacou no cenário do hard rock com o lançamento do seu álbum de estreia, «Double Eclipse», em 1992. A formação actual inclui Gioeli na voz, Alessandro Del Vecchio nos teclados e vozes de apoio, Anna Portalupi no baixo, Marco Di Salvia na bateria e Luca Princiotta na guitarra.

Nesta ocasião, Del Vecchio não esteve presente devido a um problema de saúde, mas isso não impediu a banda de dar um concerto completo, com Gioeli a brincar ao afirmar que a baixista Anna Portalupi estava bastante satisfeita por ter, pela primeira vezm aquele lado do palco todo para ela. A química entre toda a banda era palpável, mesmo sendo Gioeli o único elemento original dos HARDLINE, e foi com «Fuel To The Fire», do álbum «Heart, Mind And Soul» de 2021, que a banda subiu ao palco do Salão Preto e Prata já como uma sala completamente cheia e pronta para vibrar com os êxitos da banda.

Seguiram-se três do clássico «Double Eclipse»: «Everything», «Takin’ Me Down» e «Dr Love», e foi neste último tema que a voz de Gioeli começou a falhar. O vocalista afirmou que aqueles dois temas com Sevi, aliados a não se ouvir bem nos monitores fizeram com que a voz não estivesse a um nível aceitável, e isso ficou claro durante o medley que incluiu «Who Wants To Live Forever»,dos Queen,e «Hallelujah». Visivelmente incomodado, estava a ser doloroso para Gioeli conseguir chegar a um nível aceitável, mas, felizmente, ao fim de três temas, a voz voltou e o bom do Johnny até cantou o excerto de «Who Wants To Live Forever» só para provar que conseguia realmente fazê-lo.

A partir desse momento, a energia voltou a subir e a entrega da banda, e do público, foi total. Não faltaram também temas como «Fever Dreams» ou «Life’s A Bitch» e, para o final, ficou reservada «Hot Cherie» – um original dos canadianos Streetheart, popularizado por Danny Spanos e um dos temas que mais se destacou tanto ao vivo como em «Double Eclipse». A terminar, ouviu-se ainda a «Rhythm From A Red Car», que fechou da melhor maneira mais noite memorável num local que se tem afirmado como sinónimo de hard rock.