Após sete longos anos de silêncio editorial, os norte-americanos GRUESOME homenageiam Sean Reinert e a era «Human», dos DEATH, com um disco intenso e sofisticado.
Os norte-americanos GRUESOME estão de volta com o seu terceiro álbum de estúdio, «Silent Echoes», que será lançado a 6 de Junho pela Relapse Records. Este regresso marca o primeiro registo de longa-duração do quarteto em sete anos e representa uma clara evolução na sonoridade da banda, que sempre se afirmou como discípula fervorosa da escola clássica de Chuck Schuldiner.
Com este novo registo, os GRUESOME mergulham a fundo na complexidade e sofisticação técnica da era «Human», de 1991 — o marco progressivo dos DEATH — abandonando os tributos directos em favor de uma homenagem mais subtil, mas não menos intensa. Como cartão de visita, a banda revelou o primeiro single, «A Darkened Window», acompanhado por um clip oficial realizado por The COIN, já disponível no player em baixo.
Em comunicado, os GRUESOME explicam a escolha da faixa: “Foi a canção perfeita para emparelhar com os visuais do The COIN, que captaram na perfeição o desespero existencial das letras — uma visão da existência moderna onde cada emoção humana pode ser mercantilizada e, por isso, tem de ser moldada, filtrada e corrigida até se tornar em algo sintético e horrível.”
Com mais de uma década a celebrar a estética do death metal mais cru e tradicional, os GRUESOME decidiram nesta nova fase ir além da fórmula. Se álbuns como «Savage Land» ou «Twisted Prayers» se assumiam como homenagens directas e quase pedagógicas ao legado de Schuldiner, «Silent Echoes» apresenta-se como um passo em frente: mais técnico, mais fluído, mais maduro. O vocalista e guitarrista Matt Harvey sublinha isso mesmo ao afirmar que “há menos piscadelas de olho ao público neste disco”, referindo-se ao afastamento das referências óbvias e à ambição de criar algo mais orgânico, ainda que profundamente enraizado no espírito dos DEATH.
Essa ambição tem também uma dimensão emocional. O longo intervalo entre discos foi, em parte, resultado da morte inesperada de Sean Reinert, lendário baterista dos CYNIC e da era «Human» dos DEATH, e grande mentor de Gus Rios, baterista dos GRUESOME. Reinert estava inicialmente previsto para produzir o álbum, mas após a sua morte, a banda decidiu transformar «Silent Echoes» num verdadeiro tributo à sua memória.
A influência de Reinert faz-se, de resto, sentir em todo o disco — desde o trabalho de bateria complexo e fluido de Rios, até ao uso do mesmo tarola que Reinert gravou em «Focus», o seminal álbum dos CYNIC. Para capturar o espírito sónico da era dourada do death metal de Tampa, a banda voltou a contar com Jarrett Pritchard na produção — veterano que tinha colaborado com os GRUESOME nos LPs anteriores. Pritchard não só procurou inspiração nos ensinamentos do produtor Scott Burns, figura-chave do som Morrisound, como trouxe à mesa uma abordagem técnica rigorosa, que permite ao álbum soar moderno sem perder a autenticidade analógica dos anos 90.
Com Matt Harvey e Daniel Gonzalez a explorarem riffs e solos intrincados, entrelaçados em estruturas progressivas, e Robin Mazen a manter a secção rítmica densa e firme, «Silent Echoes» promete ser o disco mais ambicioso e pessoal da banda até à data. Num momento em que a influência de Schuldiner e dos DEATH permanece mais viva do que nunca, os GRUESOME mostram-se prontos para honrar esse legado com paixão, competência e, acima de tudo, originalidade.
«Silent Echoes» é mais do que uma carta de amor ao passado. É a reinvenção respeitosa de um legado, feita por músicos que o compreendem profundamente — não apenas na forma, mas sobretudo na alma. Em baixo podes conferir a capa e o alinhamento completo do álbum; as pré-encomendas dos formatos físicos já estão em andamento.

01. Condemned Identity | 02. A Darkened Window | 03. Frailty | 04. Shards | 05. Silent Echoes | 06. Voice Within The Void (Astral Ocean) | 07. Fragments Of Psyche | 08. Reason Denied