Os GOJIRA a dispararem em todos os cilindros — e a “jogarem em casa”.
Por vezes a genialidade de um grupo começa na escolha dos títulos das músicas. Só aí já se desperta a curiosidade, a atenção recai sobre o título e a curiosidade leva à audição. O que se segue, nem sempre pode agradar, mas quando a oferta é tanta, chegar a ouvir já vence muitas barreiras. “Baleias voadoras” é um daqueles títulos sem sentido, mas serve um riff monumental e um tema épico, com tanto de clássico como inovador.
Oriundos de Bayonne, em França, os GOJIRA rodam à volta dos irmãos Duplantier, mais uma clássica dupla de guitarra e bateria, à imagem dos irmãos Van Halen ou Abbott. Com quase 25 anos de carreira, formados em 1996, são hoje um dos nomes maiores do metal francês, com uma humildade que dá lições a muitos nomes maiores.
Este tema quase poderia ter sido o título do álbum «From Mars To Sirius», de 2005. É a ele que alude a capa. Faixas como esta, a par de «Where Dragons Dwell» e «World To Come», foram marcantes na definição do som do grupo, com tanto de inovador como de clássico.
Apoiados numa forte mensagem ecológica, não só extremamente relevante como singular no género em que se inserem, os GOJIRA já provaram ser capazes de escrever música com potencial para agradar a um vasto leque de fãs. É por isso que, misturando as raízes underground com um apelo mainstream que já os levou a todos os grandes eventos do género, os músicos de Bayonne se afirmam hoje como um dos nomes mais universalmente adorados e aplaudidos por uma legião transversal de seguidores, que vão do thrasher descontraído ao fanático do prog injectado de peso demolidor.
Oriundos de um país sem tradição no que à música pesada diz respeito, foram os principais responsáveis pela inversão desse paradigma e, com o seu death metal de influência progressiva, conseguiram abanar toda uma tendência, impulsionando finalmente o metal francês para a primeira divisão do género. Apesar da criação do projecto remontar a 1996, foi com o lançamento do terceiro álbum, «From Mars To Sirius», de 2005, que os GOJIRA conseguiram dar o passo definitivo na direcção da internacionalização e de um sucesso que, por essa altura, já lhes tinha sido vaticinado pela imprensa e pelos fãs há alguns anos.