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GOJIRA conquistam GRAMMY para ‘Melhor Performance Metal’ com «Mea Culpa (Ah! Ça Ira!)» [vídeos]

Muitos parabéns, caríssimos GOJIRA! A banda dos irmãos Duplantier triunfou na 67.ª edição dos prémios da indústria musical com uma polémica reinterpretação de um hino da Revolução Francesa.

Esta noite, os franceses GOJIRA foram distinguidos com o prémio de Melhor Performance Metal nos 67.º Grammy Awards, que decorreram na Crypto.com Arena, em Los Angeles. O galardão atribuído ao grupo pela sua interpretação de «Mea Culpa (Ah! Ça Ira!)», a versão surpreendente do clássico revolucionário «Ah! Ça Ira», apresentada originalmente na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos do ano passado.

Esta vitória dos GOJIRA marca um momento significativo na história da banda e, cima de tudo, sublinha a sua capacidade de desafiar convenções dentro do metal contemporâneo. Como é sabido, a performance que inspirou esta distinção aconteceu em Julho, num dos cenários históricos mais simbólicos de França: o exterior da Conciergerie, antiga prisão monárquica onde Maria Antonieta esteve encarcerada antes de ser executada, em 1793. Nesse evento, a banda dividiu o palco com a mezzosoprano suíça Marina Viotti e protagonizou uma encenação dramática que incluiu figuras decapitadas representando a rainha deposta.

A nomeação dos GOJIRA colocou-os em competição directa com algumas das bandas mais icónicas e emergentes do metal. Entre os outros nomeados na categoria de Melhor Performance Metal, estavam os veteranos JUDAS PRIEST, com «Crown Of Horns», e os incontornáveis METALLICA, que concorriam com «Screaming Suicide». A lista incluía ainda os KNOCKED LOOSE, que apresentaram «Suffocate», com a participação especial de Poppy, e os SPIRITBOX, que foram a votos com «Cellar Door». Entre os pesos pesados do género e projectos mais recentes, a vitória dos GOJIRA evidencia o reconhecimento da sua abordagem inovadora e da sua crescente relevância na cena global.

Os Grammy Awards continuam a ser uma das distinções mais prestigiadas da indústria musical, sendo os vencedores decididos pelos membros votantes da Recording Academy, que inclui artistas, produtores, engenheiros de som e outros profissionais da música. Para esta edição, a fase final de votação decorreu entre 12 de Dezembro de 2024 e 3 de Janeiro de 2025, abrangendo todas as categorias premiadas nesta noite.

A cerimónia deste ano refletiu também uma série de mudanças no processo de selecção e de nomeação, implementadas pela Recording Academy visando tornar os prémios mais inclusivos e representativos da diversidade do panorama musical. Entre as novidades, destaca-se a estreia do Prémio Harry Belafonte para Melhor Canção de Mudança Social, criado em homenagem ao legado do falecido cantor e ativista.

Fundados em 1996, os GOJIRA cimentaram o seu estatuto como uma das bandas mais respeitadas do metal progressivo e extremo. Com influências que vão do death metal ao groove metal e uma identidade fortemente marcada por temáticas ambientais e filosóficas, a banda formada pelos irmãos Joe e Mario Duplantier, com Christian Andreu e Jean-Michel Labadie, tem vindo a conquistar um público global ao longo das últimas duas décadas.

Esta é a segunda vez que os GOJIRA são nomeados para um Grammy — a primeira ocorreu em 2017, quando foram indicados para Melhor Álbum Metal (com «Magma») e Melhor Performance Metal (com «Silvera»). Agora, com este primeiro Grammy conquistado, a banda reforça a sua posição como uma das mais influentes do metal actual, entrando para a história do género, unindo o peso e a sua intensidade a uma abordagem artística singular, que tanto surpreendeu o público na cerimónia olímpica como conquita agora a indústria musical.