“De certa forma, é como lançar um isco com uma armadilha“, explica GARY HOLT.
O guitarrista norte-americano GARY HOLT foi entrevistado pelo site finlandês Chaoszine e um dos principais assuntos da conversa foi «Persona Non Grata», aquele que é ainda o mais recente disco de estúdio dos EXODUS. Claro que o guitarrista aproveitou também para falar especificamente sobre o tema «Clickbait», cuja letra condena as manchetes mais sensacionalistas (chamadas clickbait) e que são cada vez mais comuns na Internet.
“Hoje em dia, tudo aquilo que vocês leem é clickbait”, começou por dizer GARY HOLT, que faz parte também da formação reunida dos SLAYER. “É muito raro que a manchete represente o que é dito no artigo. No mínimo é algo tirado do contexto. Especialmente no que toca à política, tudo é projectado para fazer com que as pessoas carreguem nos links, porque é assim que eles estão a gerar dinheiro. Eles não se importam se tu lês; só querem que cliques no link. E, às vezes, têm que nos atrair — de certa forma, é como lançar um isco com uma armadilha“.
Questionado sobre se a cultura clickbait mudou a forma como aborda as entrevistas e se dá mais atenção ao que diz à imprensa hoje em dia, GARY HOLT disse: “Eu tento; o mais engraçado é que eu tento. Mas uma coisa que se perde na impressão é o factor humano. TU e eu podemos conversar agora e eu posso dizer algo e depois há uma grande risada no final. Mas as pessoas lêem sem a risada, sem o sorriso, sem a reacção humana, por isso é tudo muito estático e directo.“
«Persona Non Grata», o décimo primeiro álbum de estúdio dos thrashers da Bay Area, foi editado no dia 19 de Novembro de 2021 através da Nuclear Blast. O álbum, que sucedeu ao muito aplaudido «Blood In Blood Out», de 2014 foi captado num estúdio localizado na região do Lago Almanor, na Califórnia, com o engenheiro de som Steve Lagudi e produzido por GARY HOLT e pela própria banda. O material foi posteriormente misturado por Andy Sneap.
Num vídeo divulgado no final de Julho, Steve “Zetro” Souza, o vocalista do grupo, falou a respeito da demora de sete anos entre lançamentos, dizendo que “sim, a doença do Tom [Hunting, baterista] teve um pouco a ver com isso, mas a verdade é que a nossa editora também não conseguiu produzir os discos de vinil a tempo. Ninguém trabalhou no ano passado, por isso a maioria das fábricas estão cerca de seis meses atrasadas na produção de vinil.” Quando ao novo material, Souza diz que a banda está “muito orgulhosa deste disco“.