DISSECTION

DISSECTION: 28 anos de «Storm Of The Light’s Bane»

A 17 de Novembro de 1995, os DISSECTION tornaram-se num dos mais bem sucedidos exemplos da arte de fundir black/death metal com melodia.

Originalmente editado a 17 de Novembro de 1995 pela Nuclear Blast Records, o segundo álbum da muito aplaudida banda então formada por Jon Nödtveidt na voz e guitarra, Johan Norman na guitarra, Peter Palmdahl no baixo e Ole Öhman na bateria foi lançado há exactamente 27 anos. O sucessor do longa-duração de estreia «The Somberlain», que tinha sido editado dois anos antes, foi gravado entre 17 e 30 de Março de 1995 nos estúdios Unisound e Hellspawn, na Suécia.

Produzido pelos próprios DISSECTIONo «Storm Of The Light’s Bane» tornou-se notável por ser um dos primeiros e mais bem-sucedidos exemplos da fusão de black metal com o death metal carregado de melodia que estava a desenvolver-se em Gotemburgo na época.

Feitas as contas, o «Storm Of The Light’s Bane» concretizou todos os predicados apresentados no registo de estreia, aperfeiçoando ainda mais a fórmula composta por brutalidade e melodia que os tornaria num nome incontornável do metal negro underground da década de 90. As guitarras, com os seus riffs sombrios e enevoados, sempre em tons menores, soam como rajadas de vento frio do permafrost.

A bateria é veloz, complexa e precisa, enquanto as vocalizações de Jon Nödtveidt são entregues num som áspero e médio, a proverbial cereja no topo de um bolo feito em camadas de um som sombrio e negro. Convenhamos, sem querer menosprezar o trabalho do Kristian Wåhlin, poucas serão as bandas capazes de se safar com uma capa que retracta a Morte, a segurar uma foice e uma ampulheta, montada num cavalo preto, a cavalgar por uma paisagem gelada, mas os DISSECTION safaram-se, e continuam a safar-se, porque a sua música soa assim tão gelada, cortante e, 25 anos depois, intemporal.

As próprias canções — apenas seis, se excluirmos a introdução apenas com guitarra e o outro pseudo-clássico de piano, são ENORMES, autênticos mini-épicos habilmente elaborados, assentes nos riffs dilacerantes, numa sessão rítmica castigante e numa descarga de melodias crescentes e majestosas cuspidas pelas guitarras.

E sim, a aura negra e fria que pauta todo o disco é primordial para a essência dos DISSECTION, mas são as melodias, consistentemente memoráveis, que falaram mais alto na altura — e que continuam a apaixonar-nos tanto tempo depois.

Claro que, ocasionalmente, também resvalam para o melodrama exagerado mas, no momento em que lançaram este álbum, ainda antes se termos percebido o quão trágicos seriam os anos seguintes da vida do líder e mentor do projecto, os DISSECTION estavam no topo da forma. E o «Storm Of The Light’s Bane» merece ser saudado como um marco do black/death metal melódico.