Editado originalmente a 28 de Maio de 1991, o álbum de estreia dos DISMEMBER continua a ser um dos documentos cruciais da cena death metal sueca do início dos anos 90.
Defensores de longa data do som poderoso e opressivo do death metal sueco sem merdas, corria o ano de 1988 quando os lendários DISMEMBER foram originalmente criados em Estocolmo como um “power trio” formado pelo vocalista/baixista Robert Sennebäck, pelo guitarrista David Blomqvist e pelo baterista Fred Estby. O grupo gravou algumas maquetas nos meses seguintes, mas entrou num hiato no final de 1989, quando Estby saiu para se juntar aos não menos lendários CARNAGE.
Blomqvist, por seu lado, a integrou brevemente os ENTOMBED como baixista antes de se juntar por fim aos CARNAGE na segunda guitarra durante a gravação do seu álbum de estreia em 1991. Como se sabe, a banda acabaria por implodir quando o guitarrista Michael Amott foi convidado para os CARCASS.
Blomqvist, Estby e o vocalista Matti Karki decidem então reactivar os DISMEMBER e gravaram uma demo no início de 1991. Pouco tempo depois, Sennebäck retornou então à formação, que ficava completa com Richard Cabeza (ex-CARBONIZED) no baixo.
Ainda a viver o incontornável boom do death metal underground da transição dos 80s para os 90s, os DISMEMBER assinaram com uma emergente Nuclear Blast Records e lançaram o seu álbum de estreia no dia 28 de Maio de 1991. A par do «Left Hand Path» dos ENTOMBED, do «Into The Grave», dos GRAVE e do «Dark Recollections» dos CARNAGE, o colossal «Like An Everflowing Stream» continua a ser um dos documentos cruciais da cena death metal sueca do início dos anos 90 — e estabeleceu o modelo sonoro para o que bandas como os BLACK BREATH, GATECREEPER ou FATALIST fizeram nas décadas seguintes.
Com os riffs de guitarra e baixo ultra-distorcidos apoiados por uma bateria com inflexão punk que deve mais aos DISCHARGE que aos SLAYER, e o vocalista Matti Karki num registo ultra gutural e a soar como um Rottweiler irritado com a boca cheia de sangue fresco, os DISMEMBER definiram aquele som único que continuaram a produzir até os dias de hoje.
Mantendo as coisas brutalmente eficientes, temas como «Soon To Be Dead» ou «Skin Her Alive», que lhes causou alguns problemas, requerem pouco mais de dois minutos para enfatizar o seu ponto de um modo nada subtil. Resultado: cada canção contida neste álbum clássico é demolidora, e todas defendem a abordagem sueca ao death metal – menos fixada nas conquistas técnicas e dando mais ênfase aos riffs enormes e às melodias orelhudas.