As lendas do da Bay Area DEATH ANGEL regressam com um hino de thrash corrosivo sobre manipulação e resistência.
Os DEATH ANGEL voltaram com um novo ataque sonoro. O single «Cult of the Used» já está disponível em todas as plataformas digitais, marcando mais um passo firme na longa e respeitada carreira da banda californiana. O anúncio foi feito nas redes sociais dos DEATH ANGEL, acompanhado da capa do single — uma criação visual intensa de Fendie Daywalker — e de um convite para o pre-save.
“Cult of the Used is out tonight, midnight local time! Video airs tomorrow on YouTube at 8am PT!”, escreveu o grupo, confirmando o lançamento faseado: primeiro o áudio, depois o vídeo. A banda reforçou o comunicado com excertos sonoros que rapidamente incendiaram o entusiasmo dos fãs, já habituados à energia inabalável do quinteto oriundo de São Francisco.
Formados em 1982, os DEATH ANGEL são uma das forças fundadoras do thrash metal da Bay Area — berço de nomes como EXODUS, TESTAMENT e METALLICA. Ao longo de mais de quatro décadas, o grupo liderado por Mark Osegueda (voz) e Rob Cavestany (guitarra) tem sabido equilibrar ferocidade e técnica, mantendo-se relevante sem se render à nostalgia. Hoje, com Ted Aguilar (guitarra), Damien Sisson (baixo) e Will Carroll (bateria), a banda continua a provar que a maturidade pode coexistir com a fúria que a tornou lendária.
O novo single «Cult Of The Used» confirma esse equilíbrio: riffs cortantes, bateria inclemente e uma entrega vocal que não dá tréguas. Ainda sem um álbum anunciado, o tema parece funcionar como uma peça isolada, mas que sinaliza uma nova vitalidade criativa. O título, evocando a ideia de um “culto dos usados”, sugere uma crítica social com a acidez característica da banda — um olhar sobre a alienação moderna e as dinâmicas de exploração que transformam pessoas e ideias em produtos descartáveis.
Embora os DEATH ANGEL ainda não tenham comentado oficialmente o conteúdo lírico do tema, o tom do título e a energia dos arranjos reforçam a leitura de que «Cult of the Used» é mais que uma simples descarga de agressividade sonora. É uma canção que desafia a complacência e denuncia estruturas de poder invisíveis, traduzidas em riffs e vocais em combustão.
A voz de Mark Osegueda mantém a mesma intensidade que o tornou uma das figuras mais carismáticas do thrash, enquanto Rob Cavestany reafirma a sua assinatura de guitarrista — bem técnica, melódica e selvagem em igual medida. A secção rítmica composta por Damien Sisson e Will Carroll confere o peso e a precisão que têm sustentado a sonoridade moderna da banda.
Note-se que o lançamento de «Cult Of The Used» surge num momento de renascimento para o thrash, com várias bandas históricas a regressarem em força. No entanto, os DEATH ANGEL distinguem-se por nunca terem realmente saído de cena. O seu percurso após o regresso nos anos 2000 tem sido bastante consistente, e a nomeação para o Grammy em 2020, com o tema «Humanicide», consolidou a reputação de uma banda que continua a empurrar o género em frente.
O novo single não é excepção. A produção cristalina, sem perder o grão de agressividade, mostra uma banda plenamente consciente do seu legado, mas com fome de criar. O som mantém a intensidade das origens, mas com uma sofisticação rítmica e melódica que reflete décadas de experiência. Resultado: já mais de quarenta anos após o seu primeiro ensaio, os DEATH ANGEL continuam a representar o espírito indomável do thrash da Bay Area: velocidade, integridade e recusa em ceder ao conformismo.












