Os norte-americanos DEAFHEAVEN regressam a Portugal em Novembro com dois espectáculos lotados. Os PORTRAYAL OF GUILT e ZERUEL asseguram a primeira partes dos espectáculos.
Poucas bandas conseguem esgotar dois espectáculos em Portugal antes mesmo de acender as luzes do palco — mas os DEAFHEAVEN estão longe de ser uma banda comum. No auge de uma carreira repleta de reinvenções e aclamação crítica, o colectivo de São Francisco regressa a território nacional com dois espectáculos já completamente lotados: no dia 22 de Novembro, no Mouco, no Porto, e no dia 23 de Novembro, na República da Música, em Lisboa.
Originalmente a data lisboeta estava prevista para o RCA Club, mas a procura de bilhetes superou todas as expectativas, levando a organização a transferir o concerto para uma sala maior, apenas um quarteirão abaixo, para acomodar mais fãs ansiosos por garantirem um lugar.
Formados em 2010 em São Francisco, os Deafheaven têm como membros George Clarke (voz), Kerry McCoy e Shiv Mehra (guitarras), Christopher Johnson (baixo) e Daniel Tracy (bateria). A viragem decisiva da banda veio com «Sunbather», de 2013, um álbum que rompeu expectativas e preencheu um vazio no universo do metal. O disco é frequentemente apontada como um dos marcos que redefiniram o que a música mais pesada e heavy pode ser.
Seguiram-se «New Bermuda», em 2015, que aprofundou os contrastes entre densidade e melodia, e o «Ordinary Corrupt Human Love», de 2018, que lhes valeu a primeira nomeação para os GRAMMYs, na categoria de “Melhor Performance de Metal”. Em 2021, com «Infinite Granite», os DEAFHEAVEN deram um passo ousado ao abraçar texturas mais etéreas e dirigir-se a paisagens sonoras menos agressivas. Já este ano, com «Lonely People With Power» (lançado a 28 de Março), parecem reconciliar o seu lado mais pesado com as lições melódicas aprendidas.
Para o público português, estes concertos podem bem representar uma celebração colectiva da evolução estética e emocional da banda. Acompanhados pelos intensos Portrayal of Guilt e pelos Zeruel, os norte-americanos DEAFHEAVEN prometem uma noite em que a melodia e a agressividade se entrelaçam. Aliás, a experiência desta gente ao vivoé frequentemente descrita como visceral e hipnótica — a voz de Clarke emerge sobre camadas densas de guitarra, bateria e ambiência, conduzindo o público por picos sonoros, momentos de suspensão e explosões dramáticas.
A ligação com Portugal, essa, já existe há muito: o grupo integrou cartazes no Amplifest (2013 e 2019), muito antes de chegarem a esta dimensão global, construindo ao longo dos anos uma base de fãs ardorosa e fiel. Aliás, a alteração da sala lisboeta (do RCA Club para a República da Música) não é só um pormenor de logística — é um símbolo do ponto a que a banda chegou no país. Nos portais oficiais de venda bilhetes, ambos os concertos aparecem como esgotados.
















