Mais de três décadas de carreira, vinte álbuns lançados e uma influência sem precedentes em inúmeras bandas no mundo inteiro. Seria de esperar que um grupo com uma carreira tão marcante já contasse com inúmeras digressões no curriculum, certo? Não quando se trata dos DARKTHRONE e de músicos como Nocturno Culto e Fenriz. A dupla norueguesa responsável por títulos incontornáveis do black metal como «Under A Funeral Moon» e «Transilvanian Hunger», lançou seu vigésimo álbum, intitulado «Astral Fortress», em Outubro do ano passado e, numa entrevista recente, o vocalista, guitarrista e baixista do grupo falou sobre o mais recente disco e as peculiaridades da dupla — confessando que, em tempos, recusaram um proposta milionária para tocar ao vivo. “O «Eternal Hails…..» marcou a nossa primeira ida ao estúdio Chaka Khan, e foi uma experiência nova para nós em muitos anos”, começou por explicar Nocturno Culto. “Gravámos sempre no nosso próprio estúdio de 2005 até 2019. O que tentámos fazer no «Astral Fortress» foi apenas uma continuação do que tínhamos feito no disco anterior, mas acabou por transformar-se em algo um pouco diferente do que tínhamos em mente. Este é provavelmente o nosso álbum mais lento e melódico desde… bem, isso cabe a vocês decidirem”.
Segundo o multi-instrumentista, que se confessou cansado das actividades de gravação e mistura que ficavam sob a sua responsabilidade anteriormente, foram o equipamento analógico e os profissionais do novo estúdio que atraíram a dupla. “No nosso vigésimo álbum temos um autocolante a dizer: ‘Sem metrónomos desde 1987.’ E isso resume tudo. É assim que trabalhamos, tocamos os instrumentos juntos, não com um computador. Isso permite que a nossa música respire e seja dinâmica“, explicou ele. Quanto ao facto de, tantos anos depois, ainda continuarem a recusar-se a vergar perante os imperativos da indústria, Nocturno Culto reiterou a ideia de que, desde que deram os primeiros passos, os DARKTHRONE nunca estiveram interessados a agradar a ninguém para além deles próprios. “Pode ser difícil acreditar nisto, mas as ofertas não param de chegar“, revelou o músico norueguês. “Há muitos anos, recusámos a oferta que nos ia deixar milionários. Em muitas áreas, acabamos por estar isolados do que se passa à nossa volta, mas nós gostamos disso. Não nos vemos a ser outra coisa além de homens comuns com uma paixão pela música. Portanto, os palcos, as digressões e a atenção individual não são coisas que buscamos. O legado que queremos deixar são os álbuns.” Podes ler a entrevista na íntegra aqui.