Os DARKTHRONE lançaram o álbum mais recente, «Eternal Hails……», em 2021, mas, enquanto o diabo esfregou um olho, já estão de volta com o seu sucessor. Hoje, sexta-feira, 28 de Outubro, a banda norueguesa lançou o seu 20.º longa-duração, intitulado «Astral Fortress» pela Peaceville Records. “Há uma vibe de revisitação da «Quintessence» no início, o que é uma coincidência total, pois esta canção foi escrita pelo Ted e eu escrevi a «Q». Depois, o tema segue e explode em metal mais feroz, a bater e a apanhar, numa combinação inteligente de mudanças de riff. Depois, temos o clássico final doom. Obrigado, Ted“, disse Fenriz acerca do single «Caravan Of Broken Ghosts», quando foi revelado pela primeira vez. E, de facto, o novo álbum é uma extensão disso mesmo, um piscar de olho ao passado — acreditem que é muito mais Celtic Frost que qualquer um dos últimos discos –, mas com um pé no presente, e naquela obsessão que os DARKTHRONE têm actualmente de quererem ser a melhor banda dos 80s no séc. XXI. O que temos aqui é uma mistura de sons diferentes dentro do metal, com algumas guitarras acústicas e andamentos que variam entre o proto-thrash e doom. “Como muitos já devem ter percebido, estamos a misturar géneros“, disse recentemente Nocturno Culto ào site australiano wallofsoundau.com. “Foi também assim que os Darkthrone começaram. O «A Blaze In The Northern Sky» também misturava géneros, embora o som seja black metal, e é black metal. Especialmente a partir do «The Cult Is Alive», enveredámos por esse caminho. Celebramos o metal nas nossas cabeças. Com isso quero dizer, o METAL, não o pop-metal“.
O processo de composição, como explica o Fenriz, também não tem sofrido alterações. “Como de costume, o Ted faz música sozinho e os meus riffs acabam por vir até mim“, explica o norueguês num comunicado à imprensa. “Penso que desde a altura em que fizemos o «Arctic Thunder», em 2016, temos vindo a ser inspirados sobretudo pelo nosso próprio fundo de catálogo. Consigo ouvir muitos dos meus riffs a soarem como uma pletora de bandas, mas isso raramente parece estar correlacionado com o que os outros ouvem“. Quando ao conteúdo lírico do disco, o músico diz que, “como devem saber, nunca falo das letras ou da inspiração por trás delas e nunca gostaria que nenhuma letra de que eu goste de outra banda me fosse explicada, mas digo-vos isto, estamos mais escuros do que nunca, estamos a ferver como o inferno“. O disco pode ser encomendado, em diversas configurações de formatos, aqui, mas já o podes ouvir, e perceber se o Fenriz está a dizer as coisas como elas são realmente, no player em baixo.
«Astral Fortress» foi gravado nos estúdios Chaka Khan, em Oslo, o mesmo onde gravaram o antecessor «Eternal Hails……», com Ole Øvstedal e Silje Høgevold. “O «Eternal Hails…….» foi a nossa primeira visita ao estúdio Chaka Kahn, e uma nova experiência para nós em muitos anos, porque andámos a gravar no nosso próprio estúdio de 2005 até 2019″, explicou o guitarrista e vocalista na entrevista citada antes. “Sendo assim, o que tentámos fazer no «Astral Fortress» foi apenas uma continuação, mas ainda se revelou um pouco diferente do que tínhamos em mente. O «Astral Fortress» é provavelmente o nosso álbum mais lento e melódico desde… Bem, isso cabe a outros decidir. O «Eternal Hails…….» teve um nascimento rude em estúdio, e lentamente evoluiu para o seu próprio ser. Aprendemos a mexer em muito equipamento novo para aprender e tudo o mais. Todos aprendemos muito com o «Eternal Hails…», que trouxemos agora para o «Astral Fortress».” E sim, não há como não concordar, este é mais um disco que soa retro até ao osso e, no que à autofagia diz respeito, é muito bom perceber que aquela alusão ao «Panzerfaust» na capa não está ali ao acaso.