Treze álbuns e nenhum fracasso. Os veteranos do death metal melódico DARK TRANQUILLITY mostram que ainda são um dos melhores do género na novidade «Endtime Signals».
“Bem-vindos uma vez mais ao universo dos Dark Tranquillity. Já faz algum tempo desde que lançámos o «Moment» e passámos por muita, muita coisa mesmo, para chegar onde estamos hoje.” Pese uma certa instabilidade de formação registada nos últimos tempos, que parece ser aquilo a que se referem na declaração citada no início deste parágrafo, a verdade é que, durante um percurso que, por esta altura, abrange mais de três décadas, os DARK TRANQUILLITY nunca lançaram um álbum verdadeiramente abaixo das expectativas. A banda tem suscitado opiniões divergentes, sim – especialmente com a mudança estilística no álbum «Projector», de 1999 –, mas até esse registo já se tornou uma parte essencial do seu catálogo.
Sendo um dos originadores do som de Gotemburgo que definiu o melodeath nos 90s, desde essa altura, os DARK TRANQUILLITY sempre abraçaram novas texturas e influências, mantendo ainda a identidade fundamental intacta. A novidade «Endtime Signals», que já podes escutar na íntegra em baixo, preserva a continuidade musical, apesar de alterações significativas na formação, que deixaram o vocalista Mikael Stanne como único resistente da formação original do grupo.
«Endtime Signals» não marca apenas o 13.º álbum de estúdio dos DARK TRANQUILLITY, mas também o 10.º longa-duração do contrato com a Century Media Records e, segundo um comunicado de imprensa, “com base no sucesso de lançamentos anteriores, como «Atoma», de 2016), que alcançou o segundo lugar nas tabelas de bandas na Suécia, e «Moment», de 2020, que rendeu à banda um Grammis sueco, a banda continua a redefinir e a oferecer uma experiência musical de alto nível”.
“Voltar ao que consideramos ser o núcleo dos Dark Tranquillity, com uma formação parcialmente nova, tem sido uma experiência tremenda“, explica Mikael Stanne. “Estas mudanças mais recentes deram-nos uma oportunidade única de reavaliarmos tudo e vermos o que podíamos construir de uma perspectiva nova e emocionante. Isso resultou num período de composição focado e intenso, durante o qual redescobrimos aspectos da nossa música e levámos certos elementos mais longe do que antes.”
Verdade seja dita, os recém-chegados Joakim Strandberg Nilsson, na bateria, e Christian Jansson, no baixo, mostram-se completamente afinados e, a espaços, fica mesmo a ideia de que este sangue novo pode ter conseguido revitalizar a banda, com algumas faixas a acelerarem de uma forma que não se via desde o seu segundo pico, em meados dos anos 2000, com «Damage Done». Ouça-se, por exemplo, o single «Unforgivable», lançado antecipadamente e que deixou os fãs ansiosos, «Enforced Perspective» ou «A Bleaker Sun».
No entanto, actualmente, quando se fala nas mais-valias dos DARK TRANQUILLITY não se trata apenas de velocidade, e aqueles momentos de ritmo moderado, e mais tangenciais, que têm definido o material da banda nos últimos anos continuam a marcar presença em temas como «One Of Us Is Gone» ou «Not Nothing», um pedaço sombrio de metal gótico que não está muito longe do projecto paralelo de Mikael, os CEMETERY SKYLINE.