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CD ou LP? No Reino Unido, apesar do ‘hype’ do vinil, os CDs continuaram a dominar as vendas em 2023

O vinil pode estar na moda, mas, com uma mistura de praticidade, preço acessível e oferta vasta, as vendas em CD continuam a dominar silenciosamente o reino musical no formato físico.

Nestes últimos anos, a narrativa em torno do consumo de música em formato físico tem sido dominada pelo triunfal regresso do vinil. Imaginem a cena: luz quente de uma vela, lareira crepitante e uma pilha de LPs cuidadosamente seleccionados, a prometer uma experiência auditiva analógica e envolvente. Parece um cenário perfeito, certo? No entanto, no meio do ressurgimento deste formato retro, há uma verdade escondida…

Segundo um relatório anual da Indústria Fonográfica Britânica sobre o consumo de música em 2023, os CDs continuam dominar as vendas de música do formato físico no Reino Unido, ultrapassando de forma discreta o vinil durante mais de três décadas. Quererá isto dizer que ainda há muita gente presa aos anos 90 pelo seu Discman? Não propriamente.

A verdade é que o CD continuam a oferecer uma combinação única de praticidade e preço acessível que o vinil, cada vez mais inflacionado, simplesmente não consegue igualar. Os CDs são compactos, portáteis e baratos, o que os torna ideais para audição diária. Além disso, pese a avalanche de reedições de fundo de catálogo que têm invadido os escaparates nestes últimos anos, o volume de música disponível em CD continua a superar o do vinil, proporcionando aos melómanos opções e acessibilidade incomparáveis.

No entanto, como é óbvio, nem tudo é desgraça e tristeza para o vinil. As vendas nesse formato estão, de facto, em ascensão, registando-se um saudável aumento de 11,8% em 2023, mas, mesmo com esse nível de crescimento, o vinil ainda representa só cerca de seis milhões de unidades vendidas, em comparação com os 10,8 milhões de vendas em CD. Portanto, a lacuna é significativa o suficiente para destacarmos a popularidade duradoura do humilde formato prateado.

Resultado: os CDs não estão apenas a agarrar-se com unhas e dentes à nostalgia; estão a contribuir para a saúde da indústria musical do Reino Unido. Em 2023, as vendas de música física representaram mais de 70% dos álbuns elegíveis para as tabelas e, com lançamentos como «Hackney Diamonds», dos ROLLING STONES, a registarem uns impressionantes 89% das suas vendas em formato físico, os CDs continuam a ser a força motriz por trás desses números, superando as vendas do vinil em quase dois para um.

Portanto, da próxima vez que ouvirem alguém a proclamar a morte do CD, como já devem ter ouvido bastas vezes, lembrem-se que, em 2024, o formato continua vivo, de boa saúde e a desempenhar um papel vital para que a indústria discográfica se mantenha em funcionamento.