Aqui está finalmente o primeiro registo a solo de BRUCE DICKINSON desde «Tyranny Of Souls», de 2005. Será que as duas décadas de espera valeram realmente a pena? Nós achamos que sim.
O incontornável BRUCE DICKINSON acaba de lançar o seu novo álbum solo, «The Mandrake Project», via BMG, terminando finalmente a espera de quase duas décadas pelo sucessor de «Tyranny Of Souls», de 2005, com dez novas canções que abrangem quase uma hora de duração total. Musicalmente, o LP irrompe muitos desvios, mas continua a reflectir o estilo em vigor desde o «Accident Of Birth», de 1997. A ser “cozinhado” há cerca de uma década, com algum material a remontar a um quarto de século, este acaba por ser o reflexo perfeito de um processo demorado, mas muito meticuloso.
Resultado, «The Mandrake Project» é um dos trabalhos mais densos que BRUCE DICKINSON já assinou ao longo da sua carreira, com as camadas de guitarras lamacentas do colaborador de longa data Roy Z a evocarem atmosferas emotivas que contrastam como delicadas melodias de piano, e que fornecem uma base para a voz do cantor de 65 anos mostre o que pode fazer melhor. Claro, também há por aqui vários temas mais rápidos e roqueiros, sendo esses os que ocupam a maioria destes 59 minutos, e esses estão entre os momentos mais imediatamente gratificantes do álbum.
No entanto, em «The Mandrake Project», a criatividade de Dickinson parece quase tão inesgotável como a sua energia em palco, complementada pela execução inspirada e texturizada do mencionado parceiro de escrita (e produtor) Roy Z. Vamos ao que interessa, no entanto, uma vez que já podes escutar «The Mandrake Project» na íntegra no player em baixo e tirar as tuas próprias ilações.
Numa entrevista recente à Classic Rock, o cantor e compositor britânico, dono de uma das vozes mais icónicas do heavy metal, falou sobre o conceito por trás de «The Mandrake Project». “Esta história visa capturar a alma humana e trazer as pessoas de volta dos mortos“, começou por explicar Dickinson. “Os dois protagonistas são o Doutor Necropolis e o Professor Lazarus, que são uma espédie de Burke e Hare [assassinos do século 19] modernos, e ambos tentam ressuscitar os mortos por vários motivos.
Necropolis é um órfão e génio digital, torturado pela voz do seu irmão que morreu ao nascer. Também é obcecado por Aleister Crowley, pela magia sexual, e quer trazer o irmão de volta do submundo. O pai do Professor Lazarus passou-lhe o segredo do Projeto Mandrake, e agora ele quer trazer o pai de volta quando morrer. No final, vocês vão perceber que o Projeto Mandrake conquistou a morte, o que levanta todo o tipo de questões filosóficas. No cerne da história está a questão: o universo é científico ou poético?“.
Quando o álbum foi anunciado em Setembro de 2023, BRUCE DICKINSON disse num comunicado: “Este disco é o resultado de uma jornada muito pessoal e estou extremamente orgulhoso dele. Eu e o Roy Z planeámos, escrevemos e gravámos estes temas durante anos, e estou muito animado para que as pessoas o ouçam finalmente. Além disso, estou ainda mais animado com a perspectiva de irmos para a estrada com a banda incrível que montámos para podermos dar vida a estas canções. Estamos já a planear fazer o máximo de concertos que pudermos, em tantos lugares quanto possível, para o máximo de pessoas que pudermos!“.
O músico vai fazer digressões a solo pelo Reino Unido e pela Europa durante a Primavera do próximo ano. A lenda dos IRON MAIDEN fará uma série de datas no Reino Unido em Maio de 2024, antes de partir para a Europa continental por alguns meses para uma tour que incluirá algumas datas em festivais. Estes espectáculos servem para promover o novo álbum do cantor, o muito aguardado «The Mandrake Project», que é o seu primeiro registo a solo desde «Tyranny Of Souls», de 2005.