BLEED FROM WITHIN

BLEED FROM WITHIN + AFTER THE BURIAL + GREAT AMERICAN GHOST @ LAV – Lisboa Ao Vivo | 03.10.2025 [reportagem]

Lisboa voltou a receber uma noite de peso, com o regresso dos escoceses BLEED FROM WITHIN a Portugal. Apesar de não ter esgotado, a plateia estava cheia para receber a banda e uns amigos que vieram a Lisboa celebrar uma despedida de solteiro.

A noite de sexta-feira arrancou com os GREAT AMERICAN GHOST, e um concerto que podia bem ter sido um desastre total. Primeiro, logo na primeira música, a electricidade em palco faltou. Deixou de se ouvir a guitarra e o baixo, mas mesmo assim a banda terminou o tema de abertura «Hymn Of Decay». Coube ao vocalista Ethan Harrison “encher o chouriço” e entreter o público enquanto o problema era resolvido.

Ethan pediu aos fãs para comprarem merchandise, explicando que essa é sempre a melhor de ajudar uma banda em digressão e, com o problema resolvido, lá deram seguimento à sua intensa actuação com temas como «Lost In The Outline» ou «Kerosene». Com o crescer da intensidade, foi aumentando também o número de pessoas a “voar” pela barreira de segurança, com o vocalista a alertar os fãs para terem cuidado, porque os seguranças não estavam a fazer o trabalho de segurar os fãs que iam caindo no fosso de forma responsável.

E, ironia das ironias, quem acabou por cair foi mesmo Ethan Harrison, que escorregou na plataforma instalada na frente de palco para as três bandas e, por sorte, conseguiu cair em cima dos fãs na fila da frente. O vocalista acabou por sair ileso e a respirar de alívio, com a banda a encerrar a sua actuação com o tema «Forsaken».

Os AFTER THE BURIAL, que contaram com os préstimos de Anthony Laur, dos GREAT AMERICAN GHOST, no lugar do habitual baixista da banda (que partiu o braço já durante esta digressão), deram um concerto também pautado pela intensidade, apesar da luz em palco ser diminuta. Na plateia, vislumbrava-se muito crowd surf, principalmente durante o tema «Death Keeps Us From Living», com o vocalista Anthony Notarmaso a avisar os presentes que esse era o tema certo para isso. O público não se fez rogado, e «Collapse» fechou a actuação de forma soberba.

Finalmente, o prato forte da noite, com a aguardada actuação dos BLEED FROM WITHIN. Não há adjectivos suficientes para descrever a devastação e brutalidade que foi o concerto da banda escocesa. Antes de subirem ao palco, ouviu-se «Living On A Prayer», dos Bon Jovi, que serviu de bom aquecimento para o que estava para vir.

Desde os primeiros acordes de «Violent Nature» até às notas finais de «In Place Of Your Halo» não houve um segundo de descanso… talvez tenha havido quando os BLEED FROM WITHIN sairam de palco após «Hands Of Sin» até ao início da excelente «Edge Of Sanity» com guitarra acústica e voz limpa de Steven Jones e um belo solo de Craig Gowans.

Pelo meio houve circles pits, principalmente em «Crown Of Misery», crowd surf quase constante e muito suor! Antes de «Dying Sun», Ali Richardson brindou os presentes com um solo de bateria e, em «God Complex», Scott Kennedy, o simpático vocalista dos BLEED FROM WITHIN, conseguiu sentar (quase) toda a gente que depois explodiu a saltar em sincronia.

Entretanto, um amigo do vocalista, de nome Bruce – o tal da despedida de solteiro – foi chamado a palco para uma foto e fazer crowd surfing no início de «The End Of All We Know». A já mencionada «In Place Of Your Halo» encerrou o concerto com o vocalista bem junto da barreira para cantar o tema com os fãs. Foi um concerto soberbo, sem falhas a assinalar e a pedir lotação esgotada na próxima visita da banda a Portugal que, esperemos, não demore novamente dez anos.