Com o seu segundo álbum, os ANATHEMA elevaram em muito as possibilidades do que fariam durante as décadas seguintes.
Originalmente editado a 23 de Agosto de 1995 pela Peaceville Records, o segundo álbum de longa-duração dos ANATHEMA, então formados por Vincent Cavanagh na voz e guitarra, Danny Cavanagh na guitarra, Duncan Patterson no baixo e John Douglas na bateria/percussão foi lançado 29 anos. O sucessor do longa-duração de estreia «Serenades», que tinha sido editado dois anos antes, foi gravado entre Maio e Junho de 1995 nos Lynx Studios, em Newcastle, no Reino Unido.
Produzido pelos próprios ANATHEMA (com Hammy como produtor executivo), o «The Silent Enigma» representou um importante ponto de viragem na carreira do grupo, sendo que foi o primeiro registo que gravaram com Vincent Cavanagh na voz, na sequência de um álbum e dois EPs feitos com Darren White como frontman.
Originalmente intitulado «Rise Pantheon Dreams», um título usado posteriormente por White no seu projecto pós-ANATHEMA, os THE BLOOD DIVINE, o disco mostrou o quarteto a incorporar vocalizações mais limpas e elementos consideravelmente mais melódicos, enquanto ainda mantinha intocada a base death/doom que definiu o seu estilo durante os primeiros anos e que os viu rotulados como uma das mais brilhantes propostas saídas do movimento underground britânico dos 90s.
Uma coisa é certa: enquanto a voz de Darren White era francamente mais gutural, o registo mais cantado de Vincent abriu em muito a paleta de texturas exploradas, com canções como «Shroud Of Frost», «Nocturnal Emission» ou «A Dying Wish» explorarem outras texturas e a elevarem em muito as possibilidades do que fariam durante as décadas seguintes.
Quando se juntaram, em 1989, os ANATHEMA eram apenas um grupo de amigos com um gosto comum
pela agressividade do death metal, a lentidão paquidérmica doom e os ambientes góticos, chuvosos e trágicos – tipicamente britânicos. Os irmãos Daniel e Vincent Cavanagh lideraram desde cedo a banda que, em 1992, se estreou com o EP «Crestfallen» e o álbum «Serenades». Transformaram-se, quase de imediato, numa das sensações do fértil movimento underground europeu da primeira metade dos anos 90.
Com o EP «Pentecost III», lançando em 1995, atingem o pico da sua fase como banda mais explicitamente agressiva e épica, invocando o espírito dos Black Sabbath de uma forma inquestionável e assinando o pináculo criativo com a épica «We, The Gods». A plataforma para um processo constante de reinvenção começou logo com a saída do vocalista Darren White.
Vincent passou a acumular as funções de guitarrista e vocalista, apoiado no irmão mais velho Daniel, guitarrista e a principal âncora da banda. No período entre 1995 e 1998 os ANATHEMA lançaram três discos que marcaram para sempre toda uma geração: «The Silent Enigma», «Eternity» e «Alternative 4», todos com selo Peaceville, mostraram-nos cada vez mais entregues ao seu lado melódico e introspetivo, ao jeito da banda-sonora perfeita para uma qualquer noite de Outono.