“Havia muito apoio e carinho entre toda a gente“, explica o guitarrista dos ALICE IN CHAINS.
O músico norte-americano JERRY CANTRELL, guitarrista e vocalista dos ALICE IN CHAINS, falou recentemente com o jornalista Stephen Hill e, durante a conversa, que foi publicada no passado no site da revista Classic Rock, recordou o passado e falou sobre o início do grunge, estilo musical que explodiu no início dos anos 90. Jerry relembrou como era a cena em Seattle, no estado de Washington, nos Estados Unidos, a cidade que é considerada o berço da tendência.
“No início eram apenas muitas bandas realmente boas“, começou por dizer o músico. “Acho que qualquer pessoa de qualquer cena contaria a mesma história. Era algo meio incomum porque havia um grupo desses músicos que descolou em conjunto, mas era apenas a nossa pequena cidade“, começou por dizer o cantor e guitarrista dos ALICE IN CHAINS.
“O mais fixe é que todos saíamos muito juntos. Seattle é uma grande cidade pequena, portanto não havia assim tantos lugares onde pudéssemos tocar; tocávamos em pistas de patinagem, festas, garagens. Para ser muito sincero, na verdade, não havia muitos clubes. Além disso, nenhum de nós, os Alice in Chains, os Soundgarden, ps Mother Love Bone, fosse quem fosse, era grande o suficiente para tocar em teatros e salas maiores, mas foram uns anos muito porreiros.
Havia muitos jovens que tinham objectivos semelhantes aos nossos e que queriam estar numa banda de rock, por isso íamos todos aos concertos uns dos outros. Havia muito apoio e carinho entre toda a gente“.
O guitarrista falou também sobre o momento decisivo em que as grandes editoras e a imprensa começaram a prestar mais atenção às bandas de Seattle, dando exposição e assinando todo e qualquer músico que vestisse uma camisa de flanela ou calçasse umas botas Doc Martens. “Foi muito estranho, claro que foi“, recordou Cantrell.
“A partir do momento em que os Soundgarden foram contratados pela A&M, os Mother Love Bone assinaram com a Polygram e, depois, nós assinámos com a Columbia, o mundo tomou conhecimento do que se estava a passar na nossa pequena cidade. Depois disso, ficou tudo diferente. […]
Tantos anos depois, ainda é difícil colocar isto em palavras, porque nós éramos apenas tipos de uma pequena cidade e, de repente, estávamos a ser observados ao milímetro por pessoas que nunca poderíamos imaginar que um dia saberiam que existíamos“, finalizou o ícone do grunge.
A verdade é que, pese o impacto que essa atenção teve nos músicos, a carreira dos ALICE IN CHAINS ainda continua firme e forte. O disco de estúdio mais recente do grupo, «Rainier Fog», foi editado em 2018 e, em Outubro de 2021, o guitarrista protagonizou um muito ansiado regresso à sua carreira a solo, com o lançamento de «Brighten».