AC/DC

AQUELA VERSÃO: Os AC/DC e uma sentida homenagem a BON SCOTT, escrita por BRIAN JOHNSON

Nascido a 09.07.1946, Ronald “Bon” Scott foi encontrado morto no dia 19.02.1980. Aqui, recordamos como a tragédia acabou por inspirar um dos temas mais icónicos de sempre dos AC/DC.

Bon Scott foi encontrado morto a 19 de Fevereiro de 1980. À época, preparava-se para gravar um novo disco com os AC/DC. O grupo estava no apogeu e a morte do seu carismático vocalista era um rude golpe quer profissional, quer emocionalmente. Com apenas dois temas ainda em fase de escrita, a banda considerou terminar por ali a sua carreira. No entanto, management e produtor aconselharam em contrário e deram o impulso para que rapidamente seguissem em frente.

Por sugestão de Mutt Lange, a escolha do novo vocalista cairia sobre Brian Johnson. Na audição, ao contrário da maioria dos candidatos que escolhia «Smoke On The Water», o cantor optou por «Nutbush City Limits», um original de Ike & Tina Turner. Ganhou de imediato o respeito da banda e um contrato de seis meses, até o grupo decidir se ficava. Estávamos a 8 de Abril.

Semanas depois, a 25 de Julho, surgia «Back In Black», o álbum. A capa completamente negra, embora tivesse desagradado aos músicos, tornou-se icónica, e serviria de modelo, mais tarde, a um outro disco também multiplatinado. «Back In Black» vendeu 25 milhões de cópias só nos Estados Unidos da América. Foram vários lugares cimeiros nos tops de todo o mundo, onde regressa recorrentemente.

Assumidamente, é um disco de luto e raiva, que tem como bandeira negra o tema-título. «Back In Black», a canção, é dedicado a Bon Scott. A letra é de Brian Johnson, a pedido dos restantes elementos dos AC/DC. O riff de entrada é um dos mais icónicos de sempre e o tema figura entre os melhores em diversas listas.

Apesar do seu carácter celebratório, e da tragédia a que está associada, a canção foi sempre motivo de festa e traz a enorme carga de energia que lhe está associada. Afinal, era Bon Scott que se pretendia homenagear ali. Rapidamente tornou-se um dos temas mais conhecidos do grupo australiano e certamente que nenhum DJ a esquece numa noite de rock.

Quando Brian Johnson esteve temporariamente fora dos AC/DC, coube a Axl Rose sentar-se, literalmente, no seu lugar. Numa digressão que começou em Algés, e através da qual Axl se foi erguendo e ganhando um respeito perdido, fez o seu papel com classe. Agora, na mais recente digressão dos GUNS N’ ROSES, o tema foi de novo recuperado, alternando com «Walk All Over You». A estreia deu-se no concerto seguinte a Lisboa, em Sevilha.

Claro que, antes, o tema já tinha sido abordado, ou assassinado, como quando os REFUSED tentaram fazer uma versão com linhas vocais diferentes, introduzindo mais punk e fazendo perder parte da energia do tema. Também Chris Barnes embarcou no massacre vocal num dos seus múltiplos discos de versões. Em «Thunderbolt – A Tribute To AC/DC», Joe Lynn Turner e Phil Collen perderam-se com o excesso de notas nos solos deste último, embora o primeiro faça uma boa interpretação.

Curiosamente, ou não, parecem ser os agudos do tema que atraem muitas vocalistas. É o caso dos norte-americanos HYDROGYN. Mais surpreendente é encontrar duas cantoras pop a abordarem a malha, como é o caso de Anastacia (mal) e Shakira (bem), com esta última a dar-lhe um tom mais jazzístico.

Como uma boa versão deve ser desmontada e reerguida de novo, talvez a mais impressionante interpretação, também com um tom jazz, acabe por ser é a dos doomsters BESVÄRJELSEN. O quinteto sueco acabou por recriar o tema de uma forma bem interessante e, curiosamente, usando uma vocalização feminina. Afinal, para um original com uma origem tão dramática, nada melhor que uma vestimenta stoner/doom.