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AC/DC: Os preços dos ingressos para os concertos em Espanha vão de 120 euros “até ao infinito”

O curioso método adoptado pelos AC/DC para assegurar acesso justo aos bilhetes por parte dos fãs.

Na semana passada, as as contas oficiais da banda nas redes sociais foram actualizadas com um trailer misterioso que mostrava o icónico raio eléctrico do logótipo da banda piscar antes das palavras “ARE YOU READY” aparecerem no ecrã, com o tema de 1990 do mesmo nome, contido no clássico álbum de 1990 «The Razors Edge», a tocar como banda-sonora.

Na passada segunda-feira, 12 de Fevereiro, a banda confirmou oficialmente a rota do próximo périplo na Europa. Os AC/DC, que voltaram aos palcos no festival Power Trip do ano passado, vão dar início à tour na Veltins Arena em Gelsenkirchen, na Alemanha, a 17 de Maio, e terminam no Croke Park, em Dublin, na Irlanda, a 17 de Agosto.

O anúncio oficial da digressão europeia dos AC/DC representou um alívio para os fãs, afinal os boatos até eram reais e a veterana banda australiana vai mesmo voltar à estrada este ano… A alegria foi muito fugaz para os fãs lusos, no entanto, com muita gente a sentir-se decepcionada por não haver um concerto que seja no nosso país numa rota que pode ser a derradeira oportunidade de ver os AC/DC ao vivo, dada a idade dos seus principais integrantes, notoriamente do guitarrista Angus Young, o actual timoneiro da banda.

Nem tudo está perdido, no entanto, fãs mais dedicados. A rota completa, que podes consultar no site oficial dos AC/DC, indica que o concerto mais próximo do nosso país acontece a 29 de Maio, no Estádio La Cartuja, em Sevilha, sendo que, na passada sexta-feira, 16 de Fevereiro, foi adicionada uma data extra no mesmo local, a 1 de Junho.

Agora, a curiosidade que nos traz aqui: os ingressos para os concertos em Espanha custam de 120 euros “até ao infinito”, uma vez que os bilhetes com mais demanda do evento, designados Platinum, serão vendidos numa espécie de leilão, com o preço a variar conforme a procura e a oferta.

O objetivo é oferecer aos fãs um acesso justo e seguro aos assentos mais procurados, que também são os que têm maior probabilidade de serem oferecidos no mercado secundário. Esses ingressos não incluem nenhum serviço ou produto adicional, como os do pacote VIP“, pode ler-se no fine print da oferta.

Como avançado na semana passada, os AC/DC aproveitaram também para anunciar que recrutaram o baixista Chris Chaney para os acompanhar na sua próxima digressão. Chris é mais conhecido por ser o actual baixista dos JANE’S ADDICTION e como membro da anda para concertos e gravação de Alanis Morissette. Também foi membro dos TAYLOR HAWKINS AND THE COATTAIL RIDERS e CAMP FREDDY além de ser um músico prolífico e muito versátil, tendo tocado com artistas tão diversos com  SlashJoe CockerShakiraCherSHINEDOWN ou Celine Dion, entre outros.

Recorde-se que, há umas semanas, o jornalista Lauro Jardim, do Jornal O Globo, revelou que os AC/DC vão fazer quatro concertos no Brasil em Setembro de 2024, sendo dois no Estádio do Morumbi, em São Paulo, e dois na próxima edição do Rock in Rio. No entanto, nenhum desses concertos foi confirmado até ao momento.

Os AC/DC fizeram parte do cartaz da primeira edição do Rock In Rio, em 1985, que supostamente contou com a presença de cerca de 1,5 milhão de pessoas. Depois, os lendários músicos australianos visitaram o Brasil só mais duas vezes durante as décadas seguintes: 1996, durante a digressão de «Ballbreaker», e em 2009, na rota de promoção ao álbum «Black Ice».

Também por estes dias, o comediante Dean Delray, grande fã dos AC/DC com ligações próximas dos roqueiros veteranos, usou as suas redes sociais para revelar que o baixista Cliff Williams não ia participar na digressão deste ano. Recorde-se que Williams anunciou a sua saída do grupo no final da Rock Or Bust Tour, que decorreu em 2015 e 2016. No entanto, o músico regressou para nas sessões de gravação que resultaram em «Power Up», de 2020, e fez o primeiro espectáculo da banda em mais de sete anos, que aconteceu em Outubro passado no festival Power Trip, em Indio, na Califórnia.

OK, fui informado por uma fonte muito confiável que os AC/DC vão andar em digressão este ano com um novo baixista”, escreveu Dean Delray numa publicação data de ontem, Sábado, 28 de Janeiro. “Em relação a quem será o seu substituto, vou deixar que os AC/DC façam o anúncio, mas vou dizer apenas que, há três anos, tive o Cliff Williams no meu podcast e ele disse directamente que não faria mais digressões, por isso fiquei surpreso que os fãs da banda não tivessem reparado nisso. Enfim, só quero aproveitar este momento para agradecer ao Cliff por nos demolir totalmente com o seu baixo durante mais de quarenta anos“.

Durante a mencionada entrevista ao Let There Be Talk, que foi realizada em Outubro de 2020, o baixista dos AC/DC explicou: “No início da Rock Or Bust Tour estava num ponto em que senti simplesmente que já estava na hora de parar. Sabia que não queria continuar a fazer essas digressões de dois anos e não queria impedi-los de fazê-las, por isso informei-os de que essa seria a minha última tentativa… Foi uma digressão muito difícil de terminar e, no final, decidi que não voltaria a fazer nada desse género.

Segundo Cliff Williams, a sua participação nas sessões de gravação de «Power Up» pretendia ser apenas uma homenagem ao malogrado Malcolm Young, guitarrista fundador dos AC/DC, que faleceu em 2017, mas surgiu creditado como compositor dos doze temas contidos no mais recente álbum do grupo.

No passado dia 7 de Outubro, os AC/DC fizeram o seu primeiro concerto em sete anos no Power Trip Festival, em Indio, na Califórnia. Para este espectáculo, a formação da banda contou com os membros clássicos Brian Johnson na voz, Angus Young na guitarra e Cliff Williams no baixo ao lado de Stevie Young na guitarra e Matt Laug na bateria. É certo que os GUNS N’ ROSES e IRON MAIDEN já tinham deixado a fasquia elevada com as suas actuações na noite inaugural do evento, mas os AC/DC mostraram-se à altura do desafio, sem revelarem sinais de cansaço.

O concerto arrancou logo com uma surpresa: «If You Want Blood (You’ve Got It)». Esta foi a primeira vez que os AC/DC começaram uma actuação com a canção de «Highway To Hell» e, a partir desse momento, o quarteto atirou-se com garra considerável a um alinhamento de 24 temas e apresentou clássicos atrás de clássicos, com a música seguinte a ser a antémica «Back In Black», seguida de outras favoritas dos fãs como «Thunderstruck»«Hells Bells»«You Shook Me All Night Long» ou «Highway To Hell».