As consequências das recentes alegações contra Till Lindemann, o vocalista dos RAMMSTEIN, continuam a reverberar na indústria musical, com a editora da banda, a multinacional Universal Music, a revelar que interrompeu o marketing e a promoção do grupo face à investigação que recaiu sobre o cantor por parte das autoridades alemãs. “Iniciámos os processos preliminares contra Till Lindemann na sequência de alegações relacionadas a crimes sexuais e distribuição de narcóticos“, disse recentemente um porta-voz do Ministério Público de Berlim sobre a investigação, acrescentando que as investigações estão a ser conduzidas “com base em diversas denúncias criminais apresentadas por terceiros“. Após esta notícia, a Universal Music divulgou prontamente um breve comunicado em que anuncia a suspensão da promoção da banda e onde pode ler-se: “As acusações contra o Till Lindemann chocaram-nos e temos o maior respeito por todas as mulheres que decidiram tão corajosamente falar em público sobre este caso”. No mês passado, uma fã que assistiu ao concerto da banda em Vilnius, na Lituânia, fez uma série de publicações no Reddit e no Twitter onde alegava ter sido drogada durante uma festa pré-espectáculo para a qual tinha sido convidada por um membro da equipa da banda. A mulher alega ainda que foi convidada a manter relações sexuais com Till Lindemann debaixo do palco durante um dos interlúdios do concerto e, embora tenha afirmado que não foi abusada sexualmente, partilhou várias fotos e vídeos de hematomas com os quais acordou na manhã seguinte.
Após essas primeiras publicações se terem tornado virais, várias outras mulheres também fizeram acusações contra o cantor nas redes sociais e, a 28 de Maio, os RAMMSTEIN negaram as alegações, afirmando que “no que diz respeito às alegações que circulam na internet sobre Vilnius, podemos descartar a possibilidade do que está a ser reivindicado ter ocorrido no nosso ambiente. Não estamos cientes de quaisquer investigações oficiais sobre este assunto.” A verdade é que, poucos dias depois, Lindemann foi dispensado pela sua editora literária, a Kiepenheuer & Witsch, com a empresa a confirmar ter tomado conhecimento “de um vídeo pornográfico em que Till Lindemann celebra a violência sexual contra mulheres e no qual o livro de 2013 ‘In Still Night’, publicado pela Kiepenheuer & Witsch, desempenha também um papel“. A 3 de junho, os RAMMSTEIN divulgaram outra declaração nas suas redes sociais a abordar as alegações: “As publicações dos últimos dias têm causado irritação e questionamentos por parte do público e principalmente dos nossos fãs. Estas alegações atingiram-nos em cheio e estamos a levá-las extremamente a sério. Queremos garantir que é importante para nós que os fãs se sintam confortáveis e seguros nos nossos concertos — seja à frente ou até atrás do palco. Condenamos qualquer tipo de transgressão e pedimos-lhes que não se deixem envolver no preconceito público contra quem fez estas denúncias. Toda a gente tem direito ao seu ponto de vista.”