OZZY. Para muitos, voltou a ficar no mapa nos últimos anos, para outros sempre esteve lá. De qualquer forma, quando subiu ao palco da Altice Arena, em Lisboa, para aquele que foi o seu primeiro concerto em Portugal, o veterano cantor britânico fez-nos recordar que, acima de tudo, sempre foi um artista de rock. Como todos os nomes que estão ligados a um estilo, os BLACK SABBATH não começaram por ser uma banda de doom, stoner ou mesmo de heavy metal. Tal como os LED ZEPPELIN antes deles, tiveram as suas raízes bem fincadas no blues e no rock’n’roll, e pelo caminho foram escrevendo a cartilha que regularia todo um estilo. É verdade que se podia criar uma rubrica semanal só à volta da banda de Birmingham, mas aqui o que interessa é olhar para as suas raízes, estando o valor desta versão na forma como retrata a energia dos quatro músicos.
O que temos aqui é um Bill Ward que martela a bateria sem apelo nem agravo, um Ozzy que já tem alguns dos tiques mantém e um Tony Iommi que dedilha a guitarra e faz qualquer conhecedor da sua história ficar colado ao vídeo para perceber os seus dedos a tocar as cordas. Geezer Butler é aqui a antítese de um baixista doom, dedilhando também ele as cordas com uma rapidez assustadora. Nesta sessão para o programa de TV alemão Beat Club, cujo áudio pode ser ouvido na íntegra aqui, encontra-se ainda o tema homónimo, «Paranoid» e «Iron Man», formando estas quatro canções um mini-concerto promocional, muito comum à época e modelo seguido por certos canais de TV até hoje. A escolha da versão do tema popularizado por Elvis Presley, mas originalmente gravado por Carl Lee Perkins, até pode parecer estranha, mas tem potencial mais que suficiente para alterar a visão que muitos terão do colectivo, fazendo a ponte perfeita para o rock que Ozzy ainda hoje não renega.