Apesar de alguns azares, os WINGER assinaram uma prestação exemplar e proporcionaram uma noite excelente aos fãs, naquela que foi a sua estreia em Portugal.
Foi no passado dia 13 de Junho que os WINGER “aterraram” finalmente, e pela primeira vez, em território nacional. Horas antes do concerto, houve muita azáfama para que os músicos norte-americanos tivessem tudo aquilo de que precisavam em palco, porque muito do seu material tinha ficado retido algures no aeroporto em Amesterdão e, claro, houve necessidade de se arranjar equipamento à altura dos músicos. Felizmente, tudo se resolveu e o grupo acabou por ter o que necessitava, sendo que o seu material acabou por chegar ao aeroporto apenas às 21:00.
Para esta estreia no nosso país, os WINGER apresentaram-se com a sua formação original e, além de Kip Winger e Reb Beach, tivemos em palco o baterista Ron Morgenstein, o teclista Paul Taylor e, no lugar de John Roth, Simon Howie na guitarra. O quinteto subiu ao palco ao som de «Stick The Knife In And Twist», do mais recente «Seven», logo seguida pelas clássicas «Seventeen» e «Can’t Get Enuff». Percebeu-se desde logo que o talento de todos os elementos é indiscutível; aliás, bastou ver a forma como a banda juntou temas de forma absolutamente exímia.
«Down Incognito» fez a primeira passagem pelo álbum «Pull», de 1993, com Simon Howie a ter direito a um extenso solo de guitarra no final e «Proud Desperado» marcou a última passagem por «Seven», segundo-se uma nova viagem a «Pull» com «Junkyard Dog». Já em «Hungry», o guitarrista Simon Howie partiu uma corda e tentou substituí-la durante a música, conseguindo completar a tarefa ainda a tempo de tocar os últimos acordes.
Em «Miles Away» chegou a altura do público brilhar, cantando o tema, que é daqueles que traz de volta grandes memórias, em uníssono. «Rainbow In The Rose» e um magistral solo de guitarra de Reb Beach, que estava claramente numa noite inspirada, deram andamento à actuação de forma bastante sólida e eficaz. Infelizmente, nem tudo foram rosas e a verdade é que, em alguns momentos, Kip Winger mostrou algumas dificuldades ao cantar, talvez pelo facto da munição de palco não estar 100% ao seu gosto ou, pura simplesmente, pelo cansaço acumulado na estrada.
Após uma pausa para descanço, entre o solo de guitarra e a música a solo de Reb Beach («Black Magic», que contou com Simon Howie no baixo), Kip regressou revigorado e não se fez rogado em «Pull Me Under», que acabou por constituir a única passagem pelo álbum «Karma», «Time To Surrender» e, logo a seguir, outro excelente momento com «Headed For The Heartbreak».
Já a entrar na recta final, ouviram-se «Easy Come Easy Go» e «Madaleine», durante a qual a cabeça do amplificador de Reb Beach deixou subitamente de funcionar. Como bom mestre de cerimónias que é, Kip Winger mandou parar tudo para que o músico pudesse substituir o equipamento e a banda ainda conseguiu encerrar a noite com todo o vigor. Primeiro tivemos direito aos ‘Saints Solos’, um momento brilhante que envolveu os três guitarristas, e, para terminar em grande, fecharam com «Blind Revolution Man».
Pela sala lisboeta, ainda passaram o ex-internacional português Costinha, um sempre em forma Jorge Marques, dos TARANTULA, e, claro, os YELLOW DOG CONSPIRACY. A banda nacional teve honras de abertura e deu excelente conta do recado com seu hard rock musculado e muito bem tocado. Além de temas como «Cocaine To The Vein», logo a abrir, «Enough Is Enough» ou «Fallin’ Into You», os músicos ainda tocaram um tema novo, intitulado «Dumb And Blind».