Quase três décadas após ter sido lançado, o último registo de originais dos WHITE ZOMBIE continua a ser um dos álbuns mais impactantes dos anos 90.
Originalmente editado a 11 de Abril de 1995 pela Geffen Records, o quarto (e final) álbum dos WHITE ZOMBIE, quarteto então formado por Rob Zombie na voz, Jay Yunger na guitarra, Sean Yseult no baixo e John Tempesta na bateria foi lançado há precisamente 29 anos. Foi, como sabemos, o muito aplaudido sucessor do explosivo «La Sexorcisto: Devil Music Volume One», que tinha sido lançado três anos antes e colocado o nome da banda nas bocas do mundo via MTV, e o derradeiro lançamento do grupo.
O disco foi gravado num período não especificado em 1994 nos NRG Studios, em Los Angeles, na Califórnia, com o produtor norte-americano Terry Date, após terem trabalhado com o também afamado Andy Wallace no disco anterior. A mudança elevou-os a um patamar superior de intensidade e nuance, acabando por transformar-se no ápice da carreira dos WHITE ZOMBIE e dando o mote para o início de um muito bem sucedido percurso a solo por parte de ROB ZOMBIE, que se mantém até aos dias se hoje.
Neste caso não há grandes dúvidas — basta uma audição para perceber que o «Astro Creep 2000» soa exactamente como a obra de arte que adorna a capa: um pesadelo caleidoscópico e ultra-vívido, feito de riffs pesados, uma vibração industrial latente e toneladas de groove. Camada após camada, sample após sample, continua a ser um trabalho de génio. Quiçá o mais genial de todos os assinados pelo Sr. Zombie.
Como é lógico, esse enorme sucesso comercial levou a uma maior intensificação das digressões, o que acabou inevitavelmente por reflectir-se no seio do colectivo, com Rob a ocupar um camarim só para si (decorado como se tratasse de uma extensão do palco), enquanto os restantes elementos dos WHITE ZOMBIE a ocuparem uma segunda sala.
O single «More Human Than Human» começou a ser frequentemente rodado nas pistas dos clubes de rock bem como «Super-Charger Heaven», enquanto o disco conquistava múltiplas vezes um muitíssimo cobiçado galardão de platina. Embora na década de 90, os WHITE ZOMBIE enfrentavam exactamente o mesmo problema de nomes do passado como KISS, ALICE COOPER ou até IRON MAIDEN.
Os palcos europeus eram demasiado pequenos para a produção do espectáculo tal como era oferecido nos Estados Unidos e, por isso, o quarteto só regressou à Europa (que tinha visitado em 1992) três anos depois. Esse regresso deveu-se principalmente à participação em dois festivais: Reading e Donington. O facto até nem teria nada de especial, não fosse o facto de se terem realizado ambos no mesmo fim-de-semana, com o grupo a actuar em Donington no Sábado e em Reading no Domingo.
Rob, por seu lado, dedicava-se ao cinema, tentando levar para a frente o projecto gorado para o terceiro episódio do filme “The Crow”, além de criar a sua própria editora. Além disso, os WHITE ZOMBIE ainda contribuiram com vários temas para diversos discos, entre eles as bem conhecidas bandas-sonoras para “The Crow ll” e “Beavis & Butthead Do America”. Em 1996, materializam então o regresso à Europa, mas, de certa forma, a centelha inicial já estava perdida.