A expectativa era enorme para o regresso a Portugal de uma das principais bandas de metalcore do Reino Unido — e os WHILE SHE SLEEPS estiveram à altura. Resultado: “incendiarem” Lisboa com a ajuda dos nacionais NOWHERE TO BE FOUND, banda de suporte nesta noite memorável. Formados em 2018 e oriundos da Ericeira, estes últimos têm vindo a demonstrar grande potencial — recorde-se, por exemplo, a versão de «Blinding Lights», original de The Weeknd, que fizeram em 2020, conseguido atingir um número extraordinário de audições nas plataformas de streaming — e assim o comprovaram com este concerto, com o trabalho árduo destes últimos anos a dar frutos e reforçando deste modo a sua posição como um dos nomes mais promissores no panorama nacional do metalcore melódico / post-hardcore. Abriram hostilidades com uma intro que deixou grande parte do público curioso e a questionar-se se seria um voz off da sala a desejar de uma forma peculiar um bom concerto a todos e os cuidados a terem durante o mesmo. Também forem responsáveis pelo primeiro wall of death da noite, e tocaram «Traverse», «Medicate Me», «The Prey», e a cover dos The Chainsmokers, «Closer», como maiores destaques entre outros temas, tendo cativado o público do princípio ao fim do seu concerto.
Os WHILE SHE SLEEPS, por seu lado, entraram em palco com o tema-título do último disco, «Sleeps Society», e foram recebidos por uma onda avassaladora de barulho que engoliu a sala. De destacar que, desde o início e durante todo o concerto da banda de Sheffield, a grande maioria do público foi cantando ou gritando cada palavra dos temas do grupo. A entrega e a interação constante dos músicos com os seus fãs, principalmente por parte do vocalista Lawrence “Loz” Taylor, é já conhecida pelos seguidores da banda e esta conexão que criam é um dos seus pontos fortes. Com Loz em modo imparável, alimentaram-se da energia da multidão, criando uma sinergia entre singalongs, walls of death, crowdsurfings e um gigante e constante circle pit. Desfilaram temas como «You Are All You Need», com os riffs crescentes de Sean Long a destacarem-se, o que continuou a seguir com «The Guilty Party». Durante «I’ve Seen It All» aconteceu um dos grandes momentos da noite, com Loz a fazer um crowdwalking e crowdsurfing até ao público. Mais tarde — como já é habitual em diversos concertos da banda — subiu para o topo de uma das varandas do LAV e saltou para o meio do pessoal. Depois do trio final «Fakers Plague», «Hurricane» e «Silence Speaks», houve ainda oportunidade para fechar esta noite absolutamente memorável com chave de ouro, r um encore composto por dois temas, «Enlightenment?» e «Systematic». Fazemos votos para não termos que esperar mais quatro anos para ver,os ao vivo em solo nacional esta gente, que fez do LAV um lugar acolhedor, onde todos sentiram que estavam a viver as suas melhores vidas naquele momento. Poucas bandas conseguem unir uma comunidade através da sua música, e só lhes podemos agradecer por isso.
FOTOS: Solange Bonifácio