Dúvidas restassem, a estreia dos WARDRUNA em território nacional confirma a devoção do público português ao muito elogiado colectivo norueguês.
Em poucos dias, o anúncio da estreia dos WARDRUNA em Portugal transformou-se num caso de devoção nacional. A banda norueguesa, liderada por Einar Selvik, vai subir ao palco da Casa da Música, no Porto, nos dias 1 e 2 de Dezembro, e ambos os espetáculos encontram-se oficialmente esgotados. A primeira data, marcada para 2 de Dezembro, foi anunciada no início deste ano e esgotou num ápice, revelando de imediato a intensidade da procura.
Perante essa recepção entusiástica, foi então anunciado um segundo espectáculo, a 1 de Dezembro, que acabou de esgotar também, confirmando a primeira incursão dos WARDRUNA por solo luso como um dos momentos mais aguardados do calendário musical da recta final de 2025. Parte desse fascínio nasceu da enorme projecção internacional conquistada através da série Vikings, para a qual Einar Selvik contribuiu com várias composições. No entanto, o fenómeno WARDRUNA vai muito além do audiovisual.
“Parece um sonho, mas não é: ambos os concertos dos Wardruna na Casa da Música estão oficialmente esgotados!“, pode ler-se num breve comunicado publicado pela Amplificasom nas redes sociais. “A vossa resposta superou todas as expectativas e confirma, mais uma vez, que há uma comunhão única entre público e música quando se trata de experiências verdadeiramente imersivas. O nosso profundo obrigado por continuarem a caminhar connosco.“
A discografia dos WARDRUNA, construída em torno de instrumentos tradicionais nórdicos e de um profundo estudo histórico e espiritual, tornou-se uma referência no cruzamento entre a folk, a música experimental e a arte ritual. A trilogia «Runaljod», lançada entre 2009 e 2016, é um ciclo que explora o simbolismo das runas e estabeleceu a identidade do projeto. Já «Kvitravn», de 2021, aprofundou essa viagem, afirmando-se como um álbum de transição entre a pesquisa histórica e uma abordagem mais autoral.
Ao vivo, os noruegueses têm vindo a erguer também um percurso impressionante. A sua música, descrita frequentemente como hipnótica e espiritual, foi já apresentada em cenários carregados de significado: da Acrópole de Atenas ao Royal Albert Hall, em Londres, passando também pelo lendário anfiteatro situado em Red Rocks, no Colorado. Cada concerto dos WARDRUNA é pensado como um ritual, onde o silêncio do público se cruza com o som de tambores, liras e cornos, numa experiência que transcende a lógica de um espetáculo convencional.
Portanto, não se trata apenas de assistir a uma banda em palco, mas também da partilha de um espaço de comunhão onde música e natureza parecem encontrar-se. Essa dimensão é sublinhada pelo próprio Einar Selvik, que em várias entrevistas tem explicado a essência do projeto: “Nós não procuramos recriar o passado, mas dialogar com ele no presente”. A afirmação torna claro que a filosofia dos WARDRUNA não é de mera reconstituição histórica, mas sim de continuidade cultural, transformando heranças ancestrais em linguagem viva e actual.
Para o público português, esta estreia é também a concretização de uma longa expectativa. O colectivo é há muito desejado em Portugal, fruto da base de fãs que se foi formando ao longo dos anos através dos álbuns, dos documentários e da circulação online de registos dos concertos. Agora, com ambas as datas esgotadas, fica confirmada a força desse entusiasmo, que não só acolhe os WARDRUNA pela primeira vez, como deixa em aberto a possibilidade de futuras visitas.
















