Os VITRIOL colapsam em Vermont, com 3/4 da banda a abandonarem o ‘frontman’Kyle Rasmussen sozinho numa estação de combustível.
Os aplaudidos VITRIOL, uma das bandas mais intensas e tecnicamente ferozes da nova vaga do metal extremo norte-americano, entraram em colapso em plena digressão, após três membros do colectivo abandonarem o membro fundador Kyle Rasmussen numa estação de serviço no estado de Vermont. O episódio, relatado inicialmente nas redes sociais, levou a que a tour que levavam a cabo terminasse de forma abrupta, deixando fãs e promotores completamente “na mão”.
A revelação foi inicialmente feita por Keith Merrow, o agora ex-guitarrista dos VITRIOL, através das suas stories no Instagram. Na publicação, escrita num tom de frustração e de profunda desilusão, o músico diz que ele, o baixista Brett Leier, e o baterista Andy Vincenzetti decidiram abandonar Rasmussen, vocalista e guitarrista do grupo, descrevendo um ambiente de trabalho insustentável devido a vários problemas de comportamento.
“Ele fez asneira e descobriu como são as coisas”, escreveu o guitarrista, em maiúsculas, acrescentando ainda: “Desculpem, fãs dos Vitriol. Tivemos de abandoná-lo num posto de gasolina em Vermont… Eu, o Andy, o Brett e o Matt não vamos tolerar mais as explosões covardes raiva mal direccionada do Kyle.” O baterista Andy Vincenzetti reagiu pouco depois com uma mensagem curta, igualmente publicada no Instagram, descrevendo a fase recente da banda como uma etapa marcante, apesar das dificuldades. “Sempre em frente e para cima”, escreveu, antes de acrescentar: “Toquei death metal doentio e conheci pessoas ainda mais doentias.“



O impacto emocional deste divórcio súbito ficou também bastante evidente numa passagem adicional da declaração de Keith Merrow, na qual o guitarrista confessou que anunciar a ruptura foi “o dia mais negro da minha carreira na música até ao momento.” Umas horas depois, a resposta de Kyle Rasmussen surgiu sob a forma de um vídeo de mais de quarenta minutos, transmitido em directo nas suas redes sociais.
O vocalista e guitarrista dos VITRIOL procurou apresentar a sua versão dos acontecimentos que levaram ao colapso da formação em plena digressão norte-americana. Segundo Rasmussen, a tensão acumulada durante as longas viagens, a alegada falta de descanso e o consumo de cocaína entre os elementos dos VITRIOL criaram um ambiente emocionalmente instável que culminou numa discussão violenta entre ele e Keith Merrow.
Durante o confronto, o guitarrista ameaçou “esfaquear-me no pescoço”, afirma Rasmussen, precipitando uma ruptura imediata entre todos os intervenientes. No mesmo vídeo, Rasmussen revelou ainda que a situação atingiu níveis de hostilidade inesperados. Segundo ele, o conflito físico entre ambos envolveu também a sua namorada, Maggie, que viajava com a banda e que terá sido empurrada por Merrow durante a altercação.
Kyle alega também que o grupo contactou um agente da autoridade para o expulsar — a ele, a Maggie e oa cão do casal, Ghost —, algo que contrariaria de forma muito radical a narrativa apresentada pelos ex-membros. Rasmussen desmentiu ainda a ideia de ter sido abandonado num estação de combustível no estado de Vermont, afirmando que, na realidade, o deixaram num stand de gelados fechado, já no estado de Nova Iorque.
No seu testemunho, o timoneiro dos VITRIOL admite problemas pessoais de gestão de raiva e explica que está em terapia para lidar com esse aspecto, embora sustente que Merrow terá espalhado mentiras sobre ele dentro do círculo interno da banda, alimentando a fractura. O músico afirmou também ter sido deixado sem dinheiro, uma vez que era Merrow quem estava encarregado das finanças da banda durante a digressão. No final da transmissão, o Sr. Kyle Rasmussen diz ainda que pretende lançar uma campanha de apoio para conseguir regressar a casa, em Oregon.
Sem conseguir avançar quaisquer cenários concretos, o músico admite que o futuro dos VITRIOL está completamente em aberto e que precisa de algum tempo para refletir sobre os próximos passos. Uma coisa é certa: este episódio marca o culminar de meses particularmente instáveis para os VITRIOL, que já tinham perdido dois músicos este ano. Em Setembro, o baixista Adam Roethlisberger abandou a banda a meio de uma tour; antes dele, o baterista Matt Kilner já tinha também saído, no final do Verão.
A banda tinha marcada uma digressão europeia para Fevereiro, em apoio aos suíços BÖLZER, que agora se encontra envolta em incerteza absoluta. O súbito colapso dos VITRIOL sublinha a fragilidade extrema que pode afetar bandas em ascensão, sobretudo quando confrontadas com longos períodos de estrada, pressões internas e sucessivas mudanças de formação. Para os fãs, resta agora a dúvida sobre o futuro do grupo, cuja discografia tem conquistado crescente reconhecimento dentro do death metal moderno.











