Ville Valo, o mentor de estratega dos HIM, lançou na passada sexta-feira, 13 de Janeiro, «Neon Noir», o seu primeiro álbum solo sob a designação VV. O disco, que tem distribuição via UMG/Spinefarm, surge nos escaparates e nas plataformas de streaming quatro meses depois do músico finlandês ter lançado o single «Echolocate Your Love» e nove depois de ter revelado ao mundo «Loveletting», que marcou o seu primeiro lançamento de música em mais de dois anos, após o lançamento do EP de três temas «Gothica Fennica Vol. 1», também lançado sob a bandeira VV, em Março de 2020. Em conversa com o programa alemão Radio Bob, Valo falou sobre como se sente a lançar um álbum novo depois de um período de paragem e levantou também um pouco o véu sobre o fim dos HIM. “Por um lado acho fantástico, mas por outro também é um pouco estranho. É sempre emocionante e, ao mesmo tempo, um pouco assustador. O frio na barriga, as borboletas do estômago, estão a ficando maiores a cada ano que passa, por isso talvez venha a ter asas um dia“, começou por dizer o cantor com o humor seco que se lhe conhece. “Fazer este disco envolveu um processo muito longo e isso foi estranho também. Para mim, o álbum foi , mais ou menos, como uma tábua de salvação, porque eu, à semelhança do resto do mundo, fiquei muito deprimido durante a situação da COVID. Não sabia se teríamos futuro e o que iria acontecer. Não foi o momento mais fácil, tenho certeza, para ninguém. O álbum foi muito importante para me manter são, para me dar foco e para tentar tirar algo positivo do negativo.“
Como se sabe, os HIM completaram uma digressão de despedida em 2017, fechando o capítulo final na sua carreira de mais de um quarto de século e o músico teve então de se reinventar, quase como se estivesse a começar do zero. Pese a agrura de ter de dizer adeus à banda que o tornou famoso mundialmente, o músico finlandês olha para essa decisão como algo inevitável. “Acho que acabar com os HIM foi a decisão mais acertada“, confessou ele na entrevista que pode ser ouvida na íntegra aqui. “Fizemos aquilo que fizemos durante muito, mesmo muito, tempo e acho que, a dada altura, as coisas começaram a murchar um bocadinho. Talvez fosse o nosso interesse no que estávamos a fazer ou, se calhar, foi apenas um sinal dos tempos. Não sei. Estávamos juntos há tanto tempo que, de certa forma, até acabámos por ficar surpresos por ter durado tanto tempo.” Mais interessado em olhar para o futuro que para o passado, conclui: “Estou super, super entusiasmado com o facto de ainda haver pessoas interessadas no todo — em em mim. Ainda há interesse nos HIM e nas coisas de VV, o que significa que, com sorte, as pessoas vão aparecer para nos tocar ao vivo e ouvir a música que andei a fazer.” Como noticiado anteriormente, Ville vai fazer-se à estrada para uma extensa série de datas na Europa, Reino Unido e Estados Unidos em breve, naquela que será a sua primeira tour a sério desde o desaparecimento dos HIM. Por cá, o músico actua nos dias 26 e 27 de Fevereiro de 2023, no Cineteatro Capitólio e no Hard Club, em Lisboa e no Porto, respectivamente.