VENOM

VENOM: 42 anos de «Black Metal»

Mais de quatro décadas de «Black Metal»e duas bandas depois, os VENOM e um dos títulos mais influentes da música extrema.

Lançado originalmente no dia 1 de Novembro de 1982 pelas (entretanto desaparecidas) Neat Records na Europa e Combat Records nos Estados Unidos, o segundo álbum de estúdio dos VENOM foi editado há exactamente 42 anos. Com a chegada aos escaparates a coincidir com o florescimento da New Wave Of British Heavy Metal, o «Black Metal» teve uma enorme influência nas cenas de thrash, death e, claro, black metal, que surgiram nos 1980s e no início dos 90s.

Não estranhamente, este LP é considerado um proverbial marco na história do heavy metal, em geral, e, em particular, da tendência black metal. Aqui, os VENOM foram pioneiros na incorporação de elementos obscuros, agressivos e satânicos na sua música, estabelecendo quase de imediato um novo padrão para o som e a estética de uma tendência vindoura nos anos seguintes.

O sucessor de «Welcome To Hell», a estreia editada no ano anterior, foi produzido por Keith Nichol em parceria com o temível trio composto por Cronos, Mantas e Abaddon, nos Impulse Studios, em Newcastle, no Reino Unido, durante Junho e Agosto de 2000. As letras e a atmosfera sombria do álbum inspiraram toda uma geração de músicos a explorarem temas obscuros e a criarem um som cada vez mais extremo.

Bandas norueguesas como MAYHEM, BURZUM e DARKTHRONE foram directamente influenciadas pelo som e pela imagem dos VENOM, com o «Black Metal» a definir o estilo musical e a estética visual do género com a sua combinação de riffs rápidos e pesados, vocalizações guturais e letras explícitas, que abordavam temas como o satanismo, o ocultismo e também o anticristianismo. 

Esses elementos tornaram-se características distintivas da tendência e continuam a ser explorados pelas bandas de black metal até hoje. Pesem as diferenças sonoras e até de ideologia, toda uma tendência que marcou profundamente as gerações seguintes do underground.

E sim, a discussão de se o que se ouve em temas intemporais como o de título, «Raise The Dead» ou «Countess Bathory» é heavy, thrash ou black metal pouco interessa. O que conta aqui é que, mais de quatro décadas e duas bandas depois, as canções continuam a ter o mesmo impacto selvagem que quando as ouvimos pela primeira vez.