O cantor dos TWISTED SISTER fala sobre o regresso para celebrar 50 anos de carreira e esclarece os motivos que afastam o baixista histórico da formação.
Os TWISTED SISTER vão regressar aos palcos em 2026 para assinalar o 50.º aniversário da entrada de Dee Snider na banda e o cantor concedeu uma entrevista a Eddie Trunk, transmitida no programa Trunk Nation With Eddie Trunk da SiriusXM. O reencontro da icónica banda nova-iorquina, conhecida por êxitos enormes como «We’re Not Gonna Take It» e «I Wanna Rock», acontecerá nove anos depois da digressão de despedida 40 And Fuck It! Tour, realizada em 2016.
O grande ausente deste regresso aos concertos será o baixista Mark Mendoza, figura histórica do grupo desde 1978. Questionado sobre a sua ausência, Dee Snider foi categórico: “Diferenças irreconciliáveis”, e pouco mais. Sem se alongar em detalhes, o vocalista deixou claro que não há condições para o regresso do músico, apesar da relevância da sua presença ao longo de décadas de carreira.
Durante a entrevista, Snider explicou que a decisão de voltar atrás na sua promessa de nunca mais reunir os TWISTED SISTER está ligada a uma reflexão pessoal sobre o tempo e a sua própria longevidade como artista. “Foi mesmo por causa de um marco. Fiz 70 anos em Março. E os marcos são aquilo que são, mas, ao mesmo tempo, são também momentos de reflexão. E eu percebi: ‘uau, para o ano fazem 50 anos desde que me juntei aos TWISTED SISTER, desde que eu, o Eddie e o Jay Jay nos tornámos uma banda’. Isso é algo muito significativo”, declarou.
Apesar das dúvidas iniciais quanto à exigência física de voltar a interpretar um espectáculo completo, Dee acabou por encarar a ideia como um desafio. “Disseste-me uma vez: ‘Dee, tu encostaste-te realmente ao canto. Criaste uma persona e uma energia em palco que as pessoas esperam ver sempre, e qualquer coisa abaixo disso seria dececionante’, disse o cantor dos TWISTED SISTER, dirigindo-se directamente ao Sr. Trunk. “Pensei muito nisso, porque uma coisa é fazer quatro músicas como convidado do Bret Michaels, outra é aguentar 18. Mas disse-me: ainda estamos aqui, vamos fazê-lo. Vamos desafiar-nos”, explicou.
O vocalista admitiu ainda que, durante quase uma década, foi ele próprio a barreira principal a qualquer regresso da banda. “Eu gritava do topo dos pulmões: nunca, jamais. Durante dez anos disse que estávamos reformados, ponto final. Nem o Jay Jay nem o Eddie sequer falavam disso comigo, porque sabiam que eu não ia voltar atrás”. Mas a perspectiva dos 50 anos acabou por mudar a sua visão, levando-o a telefonar aos antigos colegas. “Disse-lhes: ‘Malta, estou disponível se vocês também estiverem.’ Eles também tiveram de pensar, porque já tinham aceite que isto estava para trás. Mas reunimo-nos e decidimos: vamos a isso”, contou.
A reunião de 2026 será a primeira digressão completa da banda desde 2016. Nos últimos anos, os norte-americanos TWISTED SISTER juntaram-se apenas uma vez, em Janeiro de 2023, para a entrada no Metal Hall of Fame, onde tocaram um curto alinhamento com Mike Portnoy na bateria. Formados em 1972 e estabilizados com Snider na voz a partir de 1976, os TWISTED SISTER conheceram o auge na primeira metade da década de 1980, tornando-se um dos símbolos do heavy metal norte-americano com álbuns como «Stay Hungry».
Apesar do final atribulado nos anos 80, o grupo regressou em 2001 para o concerto beneficente New York Steel, mantendo uma actividade intermitente até à despedida em 2016. Agora, com um regresso que combina a celebração e o desafio, a banda promete revisitar a sua história. Dee Snider garante que não se trata de dinheiro ou nostalgia fácil: “Estamos a fazer isto pelas razões certas. Não tem nada a ver com dinheiro. É porque queremos fazê-lo mais uma vez. E há interesse em todo o mundo, por isso vamos em frente”.
A formação exacta que subirá ao palco ainda não foi oficialmente confirmada, mas a ausência de Mark Mendoza parece definitiva. Os fãs, no entanto, poderão contar com a energia de Dee Snider, Jay Jay French e Eddie Ojeda, que encaram esta reunião como uma última oportunidade de partilhar a história dos TWISTED SISTER com uma nova geração e de celebrar cinco décadas de música sem concessões.















