TRIVIUM

TRIVIUM: A actuação em Lisboa, e a colaboração TOYVIUM, vista pelos olhos dos fãs [vídeos]

Ontem, o Campo Pequeno rendeu-se ao carisma dos TRIVIUM e à sua capacidade de, mais uma vez, proporcionarem uma experiência singular.

A história é longa, remonta ao fim do Verão de 2018 e tem dado origem a falatório desde então. Matt Heafy, vocalista, guitarrista e estratega dos TRIVIUM, tem um canal no Twitch. Nesta famosa plataforma de streaming, onde contabiliza já mais de milhares seguidores, o músico joga Fortnite ou PlayerUnknown’s Battlegrounds, fazendo, nas pausas, pequenas covers quase sempre a pedido de fãs [ver aqui e aqui].

A 24 de Setembro de 2018, o português MoraisHD estava a jogar com Matt e pediu-lhe que fizesse uma versão para «Coração Não Tem Idade (Vou Beijar)», do músico TOY. Matt não só acedeu como divulgou a cover no seu canal, criando um daqueles efeitos bola de neve que as redes sociais tanto adoram. Meses depois, os TRIVIUM regressaram a Portugal para uma actuação no VOA – HEAVY ROCK FESTIVAL e, num habilidoso gesto de marketing, o cantor de Setúbal foi convidado a subir ao palco para interpretar o tema com a banda. Criou-se ali um novo momento, que rapidamente atingiu o estatuto de trending.

Ora bem, ontem, os TRIVIUM actuaram no Campo Pequeno, em Lisboa, numa das últimas datas da rota europeia da The Poisoned Ascendancy Tour, e, enquanto os suecos ORBIT CULTURE e os galeses BULLET FOR MY VALENTINE seguiram à risca exactamente os mesmos alinhamentos que têm andado a tocar ao longo de toda a digressão, sem qualquer variação digna de registo, coube ao Matt Heafy e companhia  quebrarem o protocolo em Lisboa.

Tal como já tinha feito na MEO Arena em 2019, a banda voltou a mostrar orgulhosamente a forte ligação que tem com o público português, proporcionando um daqueles momentos para mais tarde recordar. Para surpresa de alguns, convidaram o cantor popular TOY a juntar-se a eles em palco, reforçando a amizade que partilham com o músico português. Iniciado com um dueto em «Dying In Your Arms», o momento não se limitou apenas à execução de um tema.

Num improviso ousado e irreverente, o Campo Pequeno ecoou em uníssono a boa e velhinha expressão “Pó caralho!” apoiada nuns riffs bem pesados, para visível gáudio do público e dos membros da banda. Entre risos e olhares cúmplices, ficou desde logo claro que aquele era um momento especial, fruto de uma espontaneidade demasiado rara em concertos desta dimensão.

Mas a inusitada colaboração não ficou por aí. A tão comentada “versão metal” de «O Amor Não Tem Idade (Vou Beijar)» voltou a soar nos amplificadores, numa interpretação que oscilou entre o inexplicável e o bizarro, mas que, precisamente por isso, conquistou o coração do público. A plateia rendeu-se ao carisma dos TRIVIUM e à sua capacidade de, mais uma vez, proporcionarem uma experiência memorável e singular. Podes ler a reportagem completa e ver mais fotos aqui.

Feitas as contas, a abordagem dos TRIVIUM a este concerto revelou-se magistral na forma como equilibraram intensidade brutal com uma atitude descontraída. Matt Heafy brincou com o público, comunixou em português bastante aceitável e provou que continua a ser um dos frontman mais carismáticos (e simpáticos) do metal moderno. Em termos de performance, a banda norte-americana revelou-se num patamar superior, mostrando que o seu apogeu criativo não é apenas uma memória nostálgica, mas uma realidade presente.