Membros dos SLEEP TOKEN, MACHINE HEAD, EMPEROR e MALEVOLENCE juntaram-se a MATT HEAFY e aos seus TRIVIUM num concerto repleto de surpresas, homenagens e a estreia do novo single «Bury Me With My Screams».
O primeiro dia do Bloodstock Open Air 2025 ficará para a história como uma das noites mais memoráveis do evento britânico. No passado dia 8 de Agosto, no cenário verdejante de Catton Park, em Derbyshire, o Sr. Matt Heafy e os seus TRIVIUM encerraram a noite de sexta-feira com um espectáculo que combinou a intensidade que os tornou famosos e um desfile de convidados ilustres. Para muitos dos presentes, foi um concerto que captou na perfeição o espírito do festival: união entre bandas, respeito pela história do metal e a celebração do seu futuro.
A banda liderada por Matt Heafy optou por um setlist que serviu tanto de carta de amor aos fãs de longa data como de introdução à sua mais recente fase criativa. Uma parte substancial do concerto foi dedicada ao clássico «Ascendancy», o álbum que catapultou os TRIVIUM para a ribalta e se tornou num marco do metal moderno. Logo a abrir, temas como «Rain», «Pull Harder On The Strings Of Your Martyr» e «Like Light To The Flies» incendiaram a plateia, com riffs cortantes, coros cantados em uníssono e uma energia que fez transparecer a ligação especial entre a banda norte-americana e o público britânico.
No entanto, a noite estava longe de ser apenas um exercício de nostalgia. Os TRIVIUM aproveitaram esta ocasião para apresentar pela primeira vez ao vivo «Bury Me With My Screams», o poderoso novo single que fará parte do EP «Struck Dead», com lançamento agendado para o dia31 de Outubro. A recepção da plateia calorosa; apesar de muito recente, a faixa conquistou rapidamente os fãs, que reagiram como se o tema fosse já um clássico, embalados pela agressividade dos riffs e pela intensidade da voz de Heafy.
Depois, o concerto ganhou um peso emocional acrescido quando os TRIVIUM prestaram homenagem ao recentemente falecido Ozzy Osbourne. Num momento de comunhão, o quarteto mergulhou na clássica «Symptom Of The Universe», dos BLACK SABBATH, trazendo ao palco Robb Flynn dos MACHINE HEAD para partilhar as linhas vocais. A interpretação foi carregada de energia e respeito, com Flynn a imprimir a sua marca sem perder de vista a essência do original.
Ainda no campo das homenagens, o público foi surpreendido quando os TRIVIUM revisitaram «Master Of Puppets», dos METALLICA — tema que não tocavam desde 2008. A execução foi irrepreensível, com os músicos a canalizarem a ferocidade e a precisão necessárias para fazer justiça a um dos maiores hinos do thrash. E o desfile de convidados não parou por aí. III, dos SLEEP TOKEN, juntou-se à banda para uma arrebatadora versão de «Throes Of Perdition»; o lendário Ihsahn, figura central do black metal e líder dos EMPEROR, emprestou o seu carisma à explosiva «In Waves» e Josh Baines, dos MALEVOLENCE, trouxe o seu peso característico a «The Deceived», reforçando o espírito colaborativo que dominou o concerto.
O alinhamento, cuidadosamente estruturado, alternou entre explosões de velocidade e momentos de melodia mais contida. Além dos já mencionados, temas como «Catastrophist», «Until The World Goes Cold», «A Gunshot To The Head Of Trepidation», «Strife», «Capsizing The Sea», «The Heart From Your Hate», «Down From The Sky» e «The Sin And The Sentence» mantiveram a plateia em ebulição. Até o solo de bateria, momento muitas vezes encarado como pausa, foi recebido com entusiasmo, servindo de ponte para a recta final do espectáculos dos TRIVIUM.
Visualmente, a produção esteve à altura da ocasião, com jogos de luz sincronizados aos riffs, projecções atmosféricas e um som muito robusto, que permitiu distinguir cada instrumento, mesmo nos momentos mais caóticos. Heafy, comunicativo e carismático, não deixou de agradecer ao público e aos convidados, sublinhando que “estas colaborações só acontecem porque o metal é uma família“.















