Ciekals

[R.I.P.] Faleceu Trånn Ciekals, o líder e mentor dos noruegueses DJEVEL

Trånn Ciekals deixa um legado marcado pela escuridão e pela pureza artística. Tinha apenas 47 anos.

A cena do black metal norueguês perdeu uma das suas figuras mais marcantes. Trånn Ciekals, guitarrista, vocalista, principal compositor e membro fundador dos DJEVEL, faleceu, deixando um legado que, feitas todas as contas, influenciou profundamente o género. A trágica notícia foi confirmada pela própria banda nas suas redes sociais, sem que tenham sido revelados quaisquer detalhes sobre a causa da morte.

É com a mais profunda tristeza nos nossos corações que temos de vos informar que Trånn Ciekals, o nosso irmão e criador dos DJEVEL, já não se encontra entre nós“, escreveu o grupo. “Precisamos de processar isto durante os próximos dias e as nossas mais sinceras condolências vão para a família mais próxima do Trånn e, principalmente, para os seus dois filhos“.

A partida de Trånn Ciekals marca o fim de um percurso que começou em 2009, quando fundou os seus DJEVEL com o intuito de recuperar a essência primitiva do black metal norueguês. Ao longo dos anos, a banda consolidou-se como um dos nomes mais respeitados do género, mantendo-se fiel à sonoridade crua e atmosférica que definiu os primórdios do movimento nos anos 90. O último álbum do trio, «Natt Til ende», foi lançado no ano passado e reforçou essa abordagem, combinando melodias sombrias com uma intensidade feroz.

Ao longo de nove álbuns, Ciekals moldou a identidade dos DJEVEL, cuja formação mais recente incluía também Kvitrim (dos Mare e Vemod) na voz/baixo e Faust (dos Emperor), na bateria, criando um fundo de catálogo que se destacou pela autenticidade e pelo compromisso inabalável com os princípios do black metal tradicional. Para além dos DJEVEL, Ciekals teve um percurso bastante relevante dentro da cena underground norsk e contribuiu para diversos projectos, como os Ljå, Mørkgeist, Taake e Malice, mantendo-se sempre ligado ao espírito mais puro do género.

Não será preciso reflectir durante muito tempo, bastando, de resto, dar uma vista de olhos nas redes sociais, para perceber que a sua morte representa uma perda significativa para a comunidade, que o reconhecia não apenas como um talentoso músico, mas também como um visionário dentro do black metal norueguês. Neste momento de luto, o impacto da sua obra ecoa entre os fãs e os músicos que partilharam caminho com ele e, enquanto a banda e a sua família processam esta perda, a sua música permanece como testemunho do seu génio criativo e da sua dedicação ao black metal.