tore ylvisaker

[R.I.P.] Faleceu TORE YLVISAKER, dos ULVER

A LOUD! estende as suas mais sinceras condolências aos companheiros de banda, amigos e família de TORE YLVISAKER neste momento difícil.

Notícias tristes, nesta tarde de Agosto. Tore Ylvisaker, o teclista de longa data dos noruegueses ULVER, faleceu na passada sexta-feira, 16 de Agosto, data em que completava 54 anos. A notícia foi avançada pela própria banda, através de um breve comunicado nas suas redes sociais. “É com um vazio no nosso coração que temos de informar que o Tore Ylvisaker (Ylwizaker), nosso irmão durante quase trinta anos, morreu“, escrevem os músicos.

Ele partiu na noite do dia 16 de Agosto, o seu 54.º aniversário. É tudo demasiado difícil de assimilar neste momento. Voltaremos assim que conseguirmos recuperar. Descansa em paz, querido amigo. Amamos-te, para sempre.” Além de tocar nos ULVER e de ser um compositor incrivelmente talentoso, Tore Ylvisaker também trabalhava ocasionalmente como engenheiro de som, tendo produzido e misturado discos de IHSAHN, STAR OF ASH, MAYHEM e ARCTURUS, entre muitos outros.

Tore Ylvisaker tocou teclados com os ULVER de 1998 até à data da sua morte, sendo que começou a sua colaboração com o conceptual «Themes From William Blake’s The Marriage Of Heaven And Hell» e participou em todos os discos do grupo até ao mais recente «Flowers Of Evil», editado em 2020. Compreensivelmente, a banda anunciou que irá fazer uma pausa para poder lamentar a sua perda.

Embora inicialmente tenham sido considerados uma banda de norsk black metal, os ULVER exploraram numerosos géneros, todos dependentes de conceitos pré-determinados, ao longo da sua carreira e há muito que são vistos como uma entidade singular e incomparável. Activos desde 1994, estabeleceram a sua reputação com uma trilogia de álbuns enraizados no black metal que despontava na altura e, desde então, não mais pararam de desorientar, e cativar, fãs e críticos.

No final de 1997, já na sequência de «Bergtatt», «Kveldssanger» e «Nattens Madrigal», o camaleónico Kristoffer “Garm” Rygg, líder e timoneiro da banda, começou então a trabalhar com “conceptualizador” sonoro, teclista e compositor Tore Ylwizaker, que se juntou formalmente à banda para a gravação de um muito ambicioso «Themes From William Blake’s The Marriage of Heaven & Hell», lançado em 1998. Ao transcender a estética do black metal através da utilização desde sons ambientais e clássicos, de início o álbum causou alguma perplexidade entre os fãs do grupo, mas hoje é considerado como sendo um dos seus momentos mais brilhantes.

Nos anos que se seguiram, os ULVER mantiveram intacta a sua colaboração com o genial Tore Ylwizaker e experimentaram com música eletroacústica no colossal «Perdition City», compuseram bandas-sonoras ambientais, como «Lyckantropen Themes», «Svidd Neger» e «Riverhead», obras de grande escala como «Messe I.X-VI.X» (gravado com a Orquestra de Câmara de Tromsø), protagonizaram extrapolações muito bem conseguidas do krautrock (em «ATGCLVLSSCAP») e, nos registos mais recentes, «The Assassination Of Julius Caesar» e «Flowers Of Evil», mergulharam de cabeça num som pop influenciado pelo gótico.