Entre regressos inesperados e surpresas absolutas, os TOOL reabriram alguns capítulos esquecidos da sua discografia. O regresso de temas ausentes há mais de duas décadas marcou o arranque da nova digressão australiana.
A passagem dos TOOL por Auckland, na Nova Zelândia, transformou-se num acontecimento maior do que uma simples abertura de digressão. Nas noites de 22 e 23 de Novembro, no Spark Arena, a banda recuperou temas que não tocava há mais de vinte anos, estreou uma canção ao vivo e revisitou capítulos fundamentais da sua discografia, numa demonstração clara de que continuam a desafiar as expectativas mesmo após três décadas de carreira.
Na primeira noite, a 22 de Novembro, os TOOL reabriram um baú que muitos dos fãs já não esperavam ver reaberto. O tema «Disposition», de «Lateralus», regressou ao alinhamento pela primeira vez desde 2002, afirmando-se como uma peça atmosférica que, ao vivo, recupera a fluidez meditativa que sempre marcou essa fase da banda.
A seguir, a surpresa adensou-se com «H.», retirada de «Ænima», também ausente dos palcos desde 2002, e que, no concerto de Auckland voltou a revelar-se um momento muito intenso na relação entre banda e público. A noite ficou ainda marcada pela recuperação de «Crawl Away», do EP «Undertow», tocada pela última vez ao vivo em 1998, e que revelou em todo o peso cru das origens dos TOOL, lembrando porque esse disco continua a ser uma referência incontornável no rock alternativo dos anos 90.
No segundo concerto, que decorreu a 23 de Novembro, os TOOL mantiveram essa lógica de escavação histórica, mas com ainda mais impacto emocional. «Prison Sex», um dos temas mais marcantes da estreia «Undertow», regressou pela primeira vez aos alinhamentos desde 2002, ecoando na Spark Arena como um momento de rara intensidade, dado o seu peso temático e a importância na primeira fase da banda. A noite trouxe também e volta «Intension», retirada de «10,000 Days», ausente desde 2014, recuperando a faceta mais etérea e progressiva do disco lançado em 2006.
O maior acontecimento da noite, porém, veio do presente. «Mockingbeat», o tema que encerra «Fear Inoculum», teve finalmente a sua estreia em palco. Uma peça experimental, que ganhou nova vida ao vivo, com os TOOL a explorarem o seu lado mais abstrato e percussivo, numa estreia aguardada desde o lançamento do disco em 2019. Em ambas as noites, os músicos voltaram também a interpretar a versão de «Hand of Doom», clássico dos BLACK SABBATH, que tinham estreado no histórico concerto Back To The Beginning, em Julho.
Recorde-se que estes dois concertos inauguraram oficialmente a digressão dos TOOL pela Nova Zelândia e Austrália, que decorre até ao dia 6 de Dezembro, com término marcado para Brisbane. Depois disso, o itinerário segue para dois concertos no Japão e, mais tarde, duas datas no Havai, um final de ano muito activo para o grupo californiano. Já em 2026, os TOOL regressam aos grandes palcos de festival, estando confirmados como um dos cabeças de cartaz do Sonic Temple Festival, que decorre de 14 a 17 de Maio, no Historic Crew Stadium, em Columbus, no Ohio.