THERION

THERION + SATRA @ LAV – Lisboa ao Vivo, Lisboa | 02.03.2024 [reportagem]

Se esta tiver sido, de facto, a última passagem dos suecos THERION por Portugal, não há como negar que a despedida aconteceu em grande estilo.

Nem uma noite fria e chuva afastou os fãs de presenciarem aquele que poderá ter sido o último concerto dos THERION em Lisboa e em Portugal – isto, claro, se tivermos fé nas palavras de Christofer Johnsson, o intrépido líder da banda sueca. A verdade é que não faltou muito para a sala registar lotação esgotada e a banda sueca brindou os fãs com uma actuação de duas horas, onde revisitou boa parte da sua carreira do clássico «Theli» em diante.

Foi ao som de «The Blood Of Kingu» que os THERION deram início às hostilidades, e que bom foi ver a soprano Lori Lewis, sempre muito carismática e a puxar pelo público desde dos primeiros segundos, de regresso ao palco com a banda. Seguiu-se «Ruler Of Tamag», do mais recente «Leviathan III», com um Thomas Vikstrom visivelmente animado, a avisar desde logo que esta seria uma noite repleta de muitas canções. Se já falamos de Lori Lewis, não podemos deixar passar a presença de Rosália Sairem, sempre bem disposta, energética e com uma clara química com Lori e Thomas.

«The Birth Of Venus Ilegítima» foi mais um grande momento e a noite ainda estava apenas a começar. A seguir, os músicos levaram os fãs numa viagem pela saga «Leviathan», com «Tuonela», do primeiro disco da trilogia, e «Twilight Of The Gods», do último, a ouvirem-se back to back, sucedidos por uma viagem a «Les Fleurs Du Mal», o álbum de 2012 cantado totalmente em francês, por meio de «Mon Amour, Mon Ami» e «La Maritza», nos quais Rosalia e Lori brilharam mais que tudo o resto.

Desde o primeiro momento notou-se que, em palco, os THERION conseguem ser muito teatrais, cortesia das interações entre os vocalistas Thomas, Lori e Rosalia, que dão vida às letras de algumas canções, mas sem nunca descurar a participação do guitarrista Christian Vidal e do baixista  Chris Davidsson, que muitas das vezes se juntam a eles para cantar também. A clássica «The Siren Of The Woods» levou a plateia até «Theli», no início apenas com Christofer Johnsson e Christian Vidal em palco, surgindo depois Rosalia de lanterna na mão, à qual se juntou Vikstrom para um dueto exemplar.

Lori Lewis lembrou que os THERION também têm temas mais agressivos no fundo de catálogo e lançou «Aeon Of Maat», do segundo volume de «Leviathan», seguido de «Lemuria», que foi mais um momento para a vocalista norte-americana brilhar. A entrar na recta final do concerto, fomos brindados com «Sitra Ahara», «Quetzalcoatl», «Eye Of Algol» e a brilhante «Son Of The Staves Of Time». Para o encore, claro, ficaram reservadas as inevitáveis «The Rise Of Sodom And Gomorrah» e «To Mega Therion», que,mais uma vez, levaram o público na sala lisboeta ao rubro.

A primeira parte do espectáculo esteve a cargo do finlandeses SATRA, que centraram a totalidade do seu alinhamento no disco de estreia «Sand Of Time». Verdade seja dita, e tendo e conta o que se passou a seguir, actuação revelou-se um pouco sem tempero; há potencial na banda, isso é óbvio, mas não foi um concerto de encher o olho… Muito longe disso.