Os suecos THE NIGHT FLIGHT ORCHESTRA trouxeram a sua fusão de hard rock e AOR a Lisboa, com um ‘metal tribute’ inesperado na primeira parte, cortesia dos bem humorados TRAGEDY.
A bordo do voo comandado por Björn “Speed” Strid, os THE NIGHT FLIGHT ORCHESTRA aterraram finalmente em Portugal, marcando presença ontem à noite no LAV – Lisboa Ao Vivo. Formados em 2007, e contando já com sete álbuns de estúdio — incluindo o mais recente «Give Us The Moon») — , os suecos são conhecidos pelas suas actuações vibrantes, onde o hard rock se funde com AOR dos 80s e pinceladas de pop. E, se há algo que não pode faltar num espetáculo da banda, é um pezinho de dança.
Como será fácil perceber, basta, aliás, olhar para a galeria de fotos, esta estreia em Lisboa não fugiu a essa regra. Ao lado do vocalista, alinharam-se Sharlee D’Angelo no baixo, Jonas Källsbäck na bateria, Sebastian Forslund e Rasmus Ehrnborn nas guitarras, John Lönnmyr nos teclas e ainda as carismáticas hospedeiras de bordo Anna Brygard e Åsa Lundman, responsáveis pelos coros e por elevarem ainda mais a experiência visual e sonora.
O desempenho dos THE NIGHT FLIGHT ORCHESTRA arrancou com «Final Call» e «Stratus», ambas do novo álbum, seguindo depois para «California Morning», a primeira viagem até ao registo de estreia da banda, o «Internal Affairs» de 2012. «Shooting Velvet», outro single do recente «Give Us The Moon», e «Divinyls», do aclamado «Aeromantic», mantiveram a energia em alta, num alinhamento que cruzou temas novos e clássicos. Desde logo, tornou-se notório que, apesar da sonoridade retro, os THE NIGHT FLIGHT ORCHESTRA continuam a soar como uma lufada de ar fresco, proporcionando um concertos que fazem esquecer a realidade por algumas horas.
Antes de «Paloma», Björn Strid fez uma pausa para recordar a morte do guitarrista David Andersson, falando sobre o impacto da perda e a necessidade que sentiram de reinventar-se para encontrarem de novo alegria na música. Quanto ao tema, explicou que foi inspirado numa amiga, hospedeira de bordo, envolvida com um capitão que acabou por revelar ser um verdadeiro idiota. Com um pequeno solo de teclado a abrir caminho para «Can’t Be That Bad», a recta final do espectáculo fez-se com «Transatlantic Blues» e «Burn For Me», antes de uma aterragem triunfal com «White Jeans», «Way To Spend The Night» e o inevitável clássico para a conga line, «West Ruth Ave».
Dando início à “festança”, a primeira parte da noite ficou a cargo dos TRAGEDY, banda que transforma os êxitos dos BEE GEES (e não só) em verdadeiros hinos de heavy metal. No alinhamento não faltaram as suas versões bem pesadas de «Tragedy», «Gimme! Gimme! Gimme! (A Man After Midnight)» e «Stayin’ Alive», além de incursões inesperadas, como «Sweet Caroline», de Neil Diamond, e a fusão improvável entre «Raining Blood», dos SLAYER, e «It’s Raining Men», originalmente das THE WEATHER GIRLS, mas que voltou a ganhar destaque com a versão de Geri Halliwell, em 2001.
Uma noite marcada pela festa, onde o rock encontrou o ‘disco’ e o público respondeu à altura… Leia-se, uma estreia memorável para os THE NIGHT FLIGHT ORCHESTRA em solo nacional.
