Para além das bandas de gêneros mais tradicionais do metal, que vão desde o thrash, doom e death metal até heavy tradicional e metal melódico, o Brasil também viu mais recentemente o surgimento de um número cada vez maior grupos que praticam um som difícil de classificar, com influências que vão bem além do metal.
Post-metal, metalcore, metal experimental ou metal torto são alguns dos termos que costumam ser usados para tentar definir de alguma forma a música criada por esses artistas, surgidos por aqui nos anos 2000 em sua maioria. Na lista abaixo, selecionei nomes de diferentes estados brasileiros que vem se destacando neste sentido nos últimos anos.
Carahter
Diretamente de Belo Horizonte, cidade de onde saíram alguns dos maiores gigantes do metal brasileiro, os veteranos do Carahter são figuras conhecidas do underground pela sua poderosa mistura de metal e hardcore, que traz influências que vão desde Neurosis e Isis até Sepultura e His Hero Is Gone. No ano passado, o quinteto lançou o seu aguardado full-length TVRVØ, com destaque para faixas como «The Cult» e «Descensing» – sem esquecer da favorita da casa “Jackpine Gipsy”, lançada no já longínquo ano de 2011.
Deaf Kids
Apesar de ter começado com uma proposta mais calcada no crust, o Deaf Kids, que iniciou suas atividades em Volta Redonda, no Rio de Janeiro, e atualmente está radicado em São Paulo, evoluiu seu som para algo cada vez mais rítmico, caótico e experimental. Não por acaso, o último disco do trio («Configuração Do Lamento», de 2016) chamou a atenção dos caras do Neurosis, que resolveram relançar o álbum pela sua gravadora Neurot Recodings em 2017. Também recomendo fortemente o EP «Over the Days…Somewhat Damaged».
Frieza
Banda mais nova da lista, o Frieza lançou o seu ótimo primeiro álbum, autointitulado, no início do ano passado. Desde então, o trio de Goiânia vem fazendo show atrás de show para mostrar o seu som Brasil afora, com uma proposta inusitada e extremamente empolgante que mistura elementos de black metal com bandas mais “estranhas” como Neurosis e Converge. Destaque para as faixas «Odisseia» e «Caverna».
Labirinto
Na ativa desde 2004, o Labirinto é daquelas bandas que só melhoram com o tempo. Depois do intenso «Gehenna» (2016), primeiro trabalho do grupo lançado por meio da Pelagic Records, de Robin Stap, do The Ocean, o sexteto instrumental de São Paulo se prepara para lançar um novo disco no início de 2019, também pelo selo alemão, que inclusive ganhou um teaser recente. Destaque para «Mal Sacré».
Noala
Surgida em 2009 após o fim do Intifada, o Noala acaba de lançar o seu segundo – e até então – melhor disco, que mostra a banda de São Paulo ainda mais densa e viajante do que no seu trabalho de estreia, Humo, de 2013. Destaque para a faixa de abertura do álbum novo, «Lava Agni», uma massa sonora altamente indicada para fãs de Cult Of Luna e Isis.