É já no próximo Domingo, dia 28 de Fevereiro, que os maestros do power metal progressivo regressam a Lisboa para apresentar «Underworld». Em antecipação à subida do grupo norte-americano ao palco do Paradise Garage, em Lisboa, a LOUD! conversou com o guitarrista Michael Romeo e tem para oferecer entradas para o concerto.
No final do ano passado andaram a tocar pelos Estados Unidos com os Overkill. Agora, olhando para trás, que balanço fazes dessa digressão?
No geral correu bastante bem, mas houve concertos que, para nós, correram melhor que outros. À partida já sabíamos que, em termos estilísticos, estávamos a juntar duas bandas muito diferentes; eles são um pouco mais thrashy, nós temos uma veia mais progressiva, mas ambos tocamos metal e somos amigos há muitos, muitos anos. Além disso, sempre falámos de fazer algo juntos e a ideia agradou-nos logo quando nos fizeram a proposta, porque já sabíamos que íamos passar um bom bocado. Efectivamente foi isso que aconteceu e, felizmente, os espectáculos correram bastante bem em termos de afluência. É lógico que, em algumas ocasiões, havia mais gente para vê-los e, noutras noites, havia mais público para ver-nos, mas no geral o balanço acabou ser sólido.
Sentes que esses concertos podem ter-vos ajudado a chegar a um público que, de outra forma, se calhar não iria ver-vos ao vivo?
Sim, sem dúvida… E a nossa ideia, quando aceitámos fazê-lo, também passava um bocado por aí. É óbvio que há limites ao que podemos fazer, provavelmente não faria grande sentido irmos numa digressão com um artista country [risos], mas no caso dos Overkill achámos que tínhamos muito a ganhar com esta união. Afinal de contas, somos todos metalheads e, apesar de uma banda ser um pouco mais extrema que a outra, penso que temos muitos elementos na nossa música que podem agradar aos fãs deles. Verdade seja dita, ninguém quer passar três horas a ver bandas iguais. Nós decidimos apostar na diversidade, que é algo que me agrada imenso, e felizmente acabou por até correr bastante bem… Acho que tanto nós como os Overkill conquistámos público novo.
Quando começaste a ouvir e a tocar heavy metal as coisas eram bem mais simples…
Totalmente. Nessa altura era tudo metal e pronto! [risos] Entretanto surgiu toda uma imensidão de subgéneros diferentes e, para ser sincero, acho que isso fez com que o movimento perdesse aquele sentimento de união que havia nos anos 80… Hoje o público está incrivelmente dividido, o que é uma enorme estupidez. Quer dizer, até percebo que a imprensa tenha necessidade de criar rótulos para descrever a música às pessoas, mas acho que se tornou um bocado exagerado e esta segregação em que vivemos hoje em dia acaba por não fazer sentido absolutamente nenhum. Os Black Sabbath, os Iron Maiden e os Judas Priest sempre foram bandas muito diferentes entre si, mas nunca nos passou pela cabeça descrevê-las como sendo outra coisa que não metal.
Estas divisões fazem ainda menos sentido se pensarmos bem na crise que a indústria discográfica está actualmente a passar.
Era exactamente aí que queria chegar! O negócio está a passar tempos complicados e, como bem sabemos, este tipo de música continua a ser algo totalmente marginal, por isso estas divisões não fazem mesmo sentido nenhum. Porque raios é que um fã de death ou black metal não ouve thrash e vice-versa?! Eu continuo a ouvir um pouco de tudo e sei que a conversa na união já está gasta, mas a verdade é que devíamos juntar-nos todos para não corrermos o risco de, um dia, deixarmos cair este tipo de música no esquecimento.
Mesmo que a situação em termos de mercado não seja ideal, os Symphony X mantêm-se a crescer a olhos vistos e, por incrível que possa parecer, fizeram um brilharete em termos de vendas com o «Underworld».
Até a mim me custou a acreditar! [risos] O álbum entrou para as tabelas de vendas nos Estados Unidos, em França e em Inglaterra, por isso posso dizer que ultrapassou em larga escala as nossas expectativas. Não quero soar presunçoso ou algo do género, mas gosto de pensar que tudo isso se deve ao empenho que sempre dedicámos a esta banda e, mais concretamente, a este disco. Se deres tudo de ti a um álbum, as pessoas vão acabar por identificar-se com ele e acho que foi isso que se passou com o «Underworld». Com os Symphony X tem sido assim, tentamos sempre dar o nosso melhor e fazer com que cada disco seja uma representação o mais fidedigna possível da fase que estamos a atravessar… Essa sempre foi a nossa mentalidade e é por isso que fazemos sempre interregnos longos entre discos, porque nos preocupamos realmente com o que estamos a fazer. Agora, olhando para os resultados, vejo que todo o trabalho árduo está finalmente a dar os seus frutos e, de qualquer forma, nunca faria as coisas de forma diferente. O entrarmos para a Billboard tem, obviamente, a sua piada, mas para mim é muito mais importante estar 100% satisfeito com os álbuns que faço… Todas as reacções positivas são óptimas, seja uma entrada na tabela de vendas ou o simples comentário de um amigo; é sempre bom vermos o nosso trabalho reconhecido, mas não é isso que nos move.
Não há melhor forma que sentir esse positivismo do que tocar ao vivo. O que estão a preparar para esta digressão europeia que vai passar agora por Portugal?
Um bom concerto! [risos] Estamos super entusiasmados por voltar a Portugal e estes concertos vão ser dedicados ao «Underworld», por isso vamos tocar muitos temas novos. No entanto, é óbvio que também vamos incluir no alinhamento algum material dos álbuns anteriores, porque temos noção de que as pessoas os querem ouvir… A cada vez que lançamos um disco novo está a tornar-se mais complicado elaborar uma setlist, mas por muito que quiséssemos tocar só material novo, não podemos correr o risco de desiludir os nossos fãs que, bem vistas as coisas, são quem nos permite continuar a fazer música e tocar ao vivo.
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