O britânico Sting tem uma das vozes mais reconhecíveis da música pop/rock, mas é improvável que alguém já o tenha descrito como “um cantor de heavy metal” — até agora. E acontece que foi precisamente o ex-frontman dos THE POLICE que se autodenominou como tal. Como artista a solo, Sting é bastante mais conhecido pelas baladas e pelas canções a meio-tempo fáceis de ouvir, mas os mais velhos vão lembrar de um DNA bastante mais agitador, especialmente durante os anos como vocalista e baixista dos autores de «Message In A Bottle», «Synchronicity II» e «Every Little Thing She Does Is Magic»; tudo temas mais desassossegados, sim, mas onde nunca chegam a pisar o território do metal. No entanto, numa nova conversa com Rick Beato, do Everything Music, e o guitarrista Dominic Miller, Sting falou sobre o facto de cantar num registro superior, mais alto. “O registo é interessante. A maioria dos cantores de heavy metal canta assim, portanto sou um cantor de heavy metal — mas tenho um pouco mais de melodia”, disse o músico britânico. “Para ficar acima do ruído, uma pessoa precisa desse registro. Na verdade, não se pode ser um barítono numa banda de rock”.
Digamos que gente como o Iggy Pop, o Glenn Danzig e o falecido Jim Morrison poderiam querer ter uma discussão sobre liderar uma banda de rock como barítono ( sucesso!), mas a afirmação de Sting não está tão longe da verdade como se possa parecer à partida. Se fizermos um esforço, o registo agudo do britânico alinha-se com os de Bruce Dickinson e Rob Halford, dos IRON MAIDEN e JUDAS PRIEST, respectivamente — talvez um pouco menos histriónico que os desses dois ícones do heavy metal, mas ainda assim. “Os sargentos gritavam e berravam nos campos de batalha”, acrescentou ainda Sting, a elaborar. “Sabem porquê? Porque tinham de se fazer ouvir, tinham que superar o som da artilharia na batalha. Avancem ou recuem Os cantores têm a mesma necessidade.” Não será bem a mesma coisa, caro Sting, mas percebemos a ideia.