Os SOUNDGARDEN transformados numa excepção à regra. Ano após ano, a ausência de nomes icónicos do metal no ROCK & ROLL HALL OF FAME volta a inflamar o debate sobre os critérios de selecção.
O anúncio das nomeações para o Rock & Roll Hall Of Fame de 2025 reacendeu uma vez mais o debate sobre os critérios da instituição, conhecida tanto por homenagear lendas da música quanto por gerar controvérsia com as suas escolhas. A lista deste ano não é excepção, abrangendo um leque diversificado de artistas que vão de CHUBBY CHECKER, pioneiro do twist, até aos inovadores THE WHITE STRIPES, passando pelos SOUNDGARDEN. No entanto, para os fãs de rock mais pesado, a ausência de nomes icónicos do metal, como MOTÖRHEAD, volta a ser motivo de discórdia.
Entre os 14 nomeados para 2025 estão BAD COMPANY, THE BLACK CROWES, MARIAH CAREY, CHUBBY CHECKER, JOE COCKER, BILLY IDOL, JOY DIVISION/NEW ORDER, CYNDI LAUPER, MANÁ, OASIS, OUTKAST, PHISH, SOUNDGARDEN e THE WHITE STRIPES. Destes, oito estão a ser considerados pela primeira vez: BAD COMPANY, THE BLACK CROWES, CHUBBY CHECKER, JOE COCKER, BILLY IDOL, MANÁ, OUTKAST e PHISH. A diversidade de estilos é evidente, abrangendo géneros que vão do rock clássico ao pop, do indie à música latina.
A ausência de MOTÖRHEAD entre os nomeados reacendeu uma velha discussão entre os aficionados do metal. A banda, liderada pelo lendário LEMMY KILMISTER, foi nomeada apenas uma vez, em 2020, mas não conseguiu a votação necessária para entrar no Hall Of Fame. Este facto é visto por muitos como uma desconsideração pela influência indelével da banda no metal e no rock em geral. Para alguns críticos, a nomeação de bandas como PHISH antes dos MOTÖRHEAD é um ultraje.
Ainda assim, entre os nomeados deste ano, há destaques que têm gerado entusiasmo. SOUNDGARDEN surgem como o nome mais pesado da lista, representando o grunge e o rock alternativo dos anos 90. A banda, liderada pelo falecido Cchris Cornell, é amplamente reconhecida pela sua influência na cena musical de Seattle e pelo legado deixado por álbuns icónicos como «Badmotorfinger». Outro destaque é JOY DIVISION/NEW ORDER, nomeados em conjunto devido à transição natural entre as duas bandas nos anos que se seguiram ao suicídio de Ian Curtis.
Por um lado, a inclusão de nomes como BAD COMPANY e JOE COCKER remete para o rock clássico dos anos 70 e a dos SOUNDGARDEN para os 90s; mas, por outro, nomes como OUTKAST e MANÁ representam um movimento em direcção a géneros como o hip-hop e o rock latino, com a inclusão de MARIAH CAREY e CYNDI LAUPER a reflectir o cada vez mais óbvio alargamento do conceito de “rock” por parte da organização, abrangendo agora também a pop e o R&B. Esta abrangência tem sido tanto celebrada quanto criticada, uma vez que desafia a definição tradicional de rock’n’roll.
Desde a sua criação em 1983, o Rock & Roll Hall Of Fame tem gerado controvérsia, visto por uns como um veículo de reconhecimento de excelência e, por outros, como uma fonte constante de polémica. A escolha de nomeados e eleitos tem frequentemente gerado debate, especialmente devido à exclusão contínua de bandas icónicas do heavy metal e suas vertentes. Para muitos, isto reflete um preconceito enraizado contra o género, enquanto outros veem a diversificação como um sinal de evolução e inclusão. Em 2025, valham-nos os SOUNDGARDEN.